sexta-feira, 16 de junho de 2017

Mar de Desejos

Caminho num grande muro...
Situado entre a realidade que me ofereces
E o mar de desejos que nossos inconscientes despejam...

Poderia ser um gramado castanho...
Mas é o cheiro do castanho dos seus cabelos
Que me inebria...

Poderiam ser as montanhas que se perdem no longínquo Horizonte mas...
É nos vales ingênuos e íngremes do teu corpo que meus sonhos se perdem...

Poderia ser qualquer textura
Poderia ser qualquer língua
Poderia ser qualquer corpo...
Poderia ser qualquer um...
Mas é você...

Eu poderia amar qualquer um
Alguém que não fizesse em pedaços meu peito
Alguém que não tivesse vergonha de si
Alguém que se jogasse nos vales da paixão sem medo...
Mas minha alma desgraçadamente sempre esbarra na tua...

Como se os caminhos que percorro sempre levassem a ti...
Como se fosse uma maldição a me provar...
Como se fosse uma ferida que se abre sempre que me tocas...

Mais uma vez meu ferimento é tão grande...
Que não posso mais ser tocado...
Então me escondo do sentir...
E na pouca razão que me sobra
Me curo...
Até te encontrar...
Para Mais uma vez me despedaçar ao te amar...

Cleber Otavio.

domingo, 11 de junho de 2017

Eternidade Etéria

Tua partida é como uma navalha
Que passa pelo meu peito...
Tua presença é ainda sentida nos meus cobertores...
Não há espaço entre a saudade e às lembranças...
Não há nada em meu quarto
que não tenham teu cheiro
E o gosto dos teus lábios...

Eu já não me lembrava quem eu me tornava
Quando me sentia tocado, amado, protegido por alguém...
Não me lembrava da sensação de voltar pra casa e cair dentro de um abraço caloroso...

Eu já não lembro quem pintou o céu de azul
Ou mesmo meu nome nesta floresta imensa chamada paixão...
Por vezes caminho sobre o mar
Ou sobre as águas turvas do inconsciente das nuvens...

Por fim alguém me chamou...
O calor do teu corpo sessou.
E tudo que havia de mais lindo desmoronou sobre nossas cabeças...

Então sigo sozinho na esperança de me perder na eternidade etéria. Do ser que me torno quando contigo estou..

Cleber Otavio.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Quando contigo estou


Os lugares que vou
Quando contigo estou...
Há muito estavam abandonados...

A relva a tomar conta dos caminhos
As plantas e as flores cresciam tristes
Sem amor, sem vida...

Ao passarmos juntos todas as árvores se alegraram, os frutos,as flores desabrocham novamente...
Destemidas e lindas... inspiradas pelo belo amanhecer de nossos abraços...

Nossos beijos despertaram o vôo dos pássaros
Acordou a poesia adormecida nos felinos e como néctar e ambrosia adoçou a visão dos deuses sobre a humanidade...

Oh... Deivid...

Se eu pudesse transformar tudo que sinto em água, quantos oceanos teríamos que atravessar?
Se tudo que sinto fosse fogo, apenas o pai Sol me entenderia...
Se tudo que sinto fosse transformado em paz... a guerra jamais voltaria a existir...

Então apenas sinto
Apenas vivo isso tudo na gratidão imensa de poder te tocar neste dia...
Na imensidão tórrida de uma fé infinita de que tudo só pode dar certo...
Obrigado...

Cleber Otavio

sábado, 27 de maio de 2017

Poesia Matinal

Pela manhã ...
Enquanto as brumas do outono se dissipam
Venho caminhando de longe
E então caio em mim neste mundo...
No ardor de sua pele me faço poesia matinal
Para mais um dia lindamente existir...

Cleber Otavio

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Útero do Mundo

Foi na doçura dos teus lábios que me perdi de mim para me encontrar na ternura insana do mundo dos sonhos...

Por trás dos teus olhos...
Os vales e montanhas escondem um lindo arco íris que esconde uma porta...

Uma porta chamada felicidade que só pode ser aberta quando nossas mãos estão juntas...

Elas sobrevoaram o submundo para anunciar sua chegada...
O vôo inconstante das corujas do pai Hades nos levou de volta ao infinito por instantes...
Montado nessas aves gigantes nos encontramos com a morte...
Para renascer na poesia funesta das canções que revivem o Útero do mundo...

Abençoados pela mãe Lua acordamos abraçados e entorpecidos pelo gozo de simplesmente estar juntos...
Não há espaços para dúvidas neste círculo sagrado...
Apenas certezas e alegrias...

Cleber Otavio.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Íntimos Jardins

Pensamento ao longe a plainar sobre a relva...
Orquídeas e margaridas se assanham a sombra do meu vôo e alguns animais se escondem...
A desconfiar de um grande predador...
Inocentes...

Sinto ao longe o pulsar galopante do seu sentir...
Que a mim não chega, pois se perde na imensa trama social que estás preso...
Ora aprisionas te por medo ora por covardia...

Como guerreiro iniciado, não conheço o medo...
Filho das sombras, sou o temor do medo, sou o temor da malícia dos indignos...
Sou o espelho da Deusa e por ele vejo seus olhos a buscar me na imensidão dos teus horizontes internos...

E assim findo mais uma era
mais uma vez o amor perdeu para o temor...
E assim sigo sozinho na companhia de mim e
da busca de encontrar alguém que me receba em seus mais íntimos jardins...

No tapete de estrelas que cobre nossas cabeças revivo dias de glória de Lotlórien...
Bendito seja a magia dos bons guerreiros e que de sua força eu jamais me perca...

Cleber Otavio.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Jogo de Luz


Todo o Sentimento que estava preso se soltou...
Libertou-se
Todas as mentiras vieram à tona
Tudo que estava escondido foi revelado...
Olho pelas Janelas de minha mente
e me assusto com o reflexo de minhas dores, de meus temores
Olho para as as águas obscuras do meu inconsciente e espero apenas monstros...
No entanto Há uma monstruosa força que me guia...
que me faz forte perante meu pior inimigo...
EU...

Não Cresce nada nos campos da solidão,
Não há ninguém lá, além da multidão de cegos que alimentam sua alma com a culpa que lhes ensinaram a cultivar...
Lá os líderes espirituais fingem celibato para ter a confiança das pessoas
outros se dizem mensageiros de um Deus que não tem nada haver nada além de sofrimento por simplesmente existir,
culpa por simplesmente sentir, pois naquele mundo é proibido sentir, é proibido falar dos seus sentimentos, pensamentos ou desejos...
Então todos estes cegos se alimentam da ilusão de viver em uma moral inventada por alguém cujo ego lhe dava a vaidade de se sentir no direito de mudar o mundo e deixa-lo a sua imagem...
Não mais a Imagem da Deusa...

Posso viver em conformidade com qualquer grupo, mas não deixarei de ser eu,
Não matarei, nem violentarei, neste dia por que quando a sombra avança eu não fujo,
Eu Jogo luz em seus domínios, mas isso não me faz melhor, e não me isenta de ter pensamentos e desejos insanos,
Mas não é isso que dirá quem eu sou, e sim quem eu decido ser diante deste Cléber que eu muitas vezes, nem reconheço...
e assim vivo um dia de cada vez, leve, e livre, pois não me joguei na senda do autoconhecimento para continuar escravo...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Pétalas Brancas


Acordo pela madrugada com sua voz a chamar-me...
Entras porta a dentro e sua ternura me invade...
Como a água que preenche os espaços por onde passa.

Já a tarde... me acordo com cobertores vivos a acariciar-me..
Minhas mãos passeiam pelas curvas do seu corpo e por ele me perco de meus anseios...
Por ele me encontro com minha forma mais bonita em espaços dentro de mim que só vou quando contigo estou...

Canto baixinho no teu ouvido
e adentro as quentes furnas de sua carne...
Nossas respirações aceleram até o êxtase que explode em pétalas brancas...
E mesmo que os compromissos me chamem
fingo que não estou e ali fico, com os meus lábios nos teus...

Enroscado na eternidade bonita do teu ser...
E assim me desfaço...
e assim me refaço...
para mais um dia...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Poesia Perdida


Ouço o galope do seu cavalo...
Ora ao longe
Ora em minha volta...
as avenidas e ruelas dentro e fora de mim
sempre me levam a felicidade...

As minhas dores se esvaíram como as brumas expostas ao calor do Sol...
Minhas fantasias se perderam nos portões do submundo...
E a lucidez arde minha alma
e invoca para a escuridão da origem
a criança interior que em mim habita..

A Terra do nunca é o Refúgio que vivo quando a paisagem perde as cores...
quando minha alma se distancia da força
e por instantes não reconhece a beleza e a poesia do arco íris que existe no longuínquo horizonte

Apenas mais um dia...
apenas mais um corpo vazio que se perde...
Meu quarto está cheio apenas de mim...
e isto me basta...

Pois quando me permito ser o verbo de minha origem
me encontro comigo e toda a poesia perdida volta a me compor...
Como uma armadura...
e com estas vestes, simplesmente existo,
Simplesmente vivo um dia de cada vez...

Cléber Otávio

sexta-feira, 10 de março de 2017

Existir


Vem de lá...
das profundezas da noite o sentir...
vem de lá
das profundezas do infinito a inspiração para a poesia...
é de lá que viemos...

Da Escuridão disforme da sombra da mãe Lua...
Entre os dentes afiados do dragão
e a beleza Lírica dos felinos
nos encontramos...

Cavalgo...
Ora pelas Nuvens,
ora pelas ondas do mar negro
A correnteza dos rios de nossas vidas
se fará mar novamente em seu ápice...

Então quando as brumas se dissiparem,
tudo volta a pureza de sua origem...
Cada um de nós é verbo do ser supremo
quando nos permitimos existir realmente...
Por fim, o que é existir pra você?

Cléber Otávio.

Passageiro

Passam por aqui
Senhoras,
Crianças,
Rapazes e moças
Casais e até animais...
Passam também aventuras,
Conquistadores,
Sonhos de alegria e de profunda tristeza por trás de cada par de olhos que me observa...
Mas até os minutos galantes e falantes de uma conversa sensual se desfazem ao final da viajem...
Enfim...
Para um motorista que transporta pessoas?
Ah... tudo na vida é passageiro...

Cleber Otávio.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Poetisa da noite



"...Distante dos poemas de morte, admiro o misto de cores na linha do horizonte...
Enquanto a grande poetisa do universo se deita sobre o mar, me inspiro...
e nas trevas da noite me deito em vestes de Lua a fim de banhar me de bênçãos em sua fria Luz...

Cleber Otávio.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Câncer...

Talvez...
Talvez alguns anjos tenham caído
Talvez a verdade se dissolva com o despontar da ignorância...
Talvez os cães do submundo não o assombrem
Mas o protejam do que não podes ver ou tocar...

Talvez sua criança já tenha partido com a senhora dos mortos
E a Luz fria da mãe Lua seja sua única esperança...
Talvez...

Mas um dia logo ali na frente...
Um dia seu pai acreditará em você
Mesmo que não precise disso...
Um dia as línguas que lhe mal disseram
Apodrecerão com câncer...
Um dia...
Um dia o anjo que caiu se levantará em seu nome por sua lealdade
E ao defende-lo na luz verás que o anjo nunca caiu...
Então talvez um dia toda verdade que vem à tona se faça justiça
E tudo ganhe sentido pra todos quando nada mais terá sentido para o câncer que reside em você agora...
A morte lhe assombrará, definharas lentamente em um pesadelo sem fim...
E quando não houver mais carne para definhar...
A escravidão a todo mal que invocaste é o que vai lhe restar...

O mesmo brilho frio que lhe assombrará é o que me da forças...
A mesma maldição que me lançaste irá te alcançar...
A mesma dor que me causaste será o começo de sua despedida deste mundo...
A mesma sacerdotisa que foi a voz de seu ódio estará ao teu lado
No fundo do poço do submundo a esperar pelo julgamento quando a vergonha dos nossos ancestrais as abandonarem no limbo profundo e escuro do inconsciente do mundo...
Por fim quando tudo forem apenas longínquas lembranças torpes...
Sua existência terá sido apenas um mau sonho o qual desejarão jamais ter entrado...
Que a paz seja um sonho distante...
Que a luz que as criou, as destrua...
Que a morte as alcance e as faça definhar, mas bem lentamente...

Que o amor do ser supremo se desdobre em justiça neste dia de hoje
E que isso me traga paz, que seja o fio da espada do grande guerreiro
E que esta espada vista de glorias meu caminho e a vida dos que me seguem...
E que assim seja
Que assim seja
Que assim seja
E que assim se faça...
Jera, Raido, Tyr, Yeoh...
Ovjibaio Psicopompe Ilu

Cleber Otavio.