terça-feira, 30 de abril de 2019

A Morte lhe cai bem


Apenas a morte lhe cai bem...
Tantas meias escolhas,
tantas mentiras
Tantos devaneios fúteis
Sobre o amor...
Sobre a dor, a beleza ou falta dela no bem viver...

A dor de estar vivo e de amar outro igual com tanta força e ainda assim não conseguir de sentir bem com isso...
Nunca poderão nos acusar de amor...
Mas quem inventou a dor?
Foi quem fugiu...

A mãe Lua nos abençoou...
E hoje nos observa enquanto senhora dos mortos...
Por isso
Certamente a morte lhe cai bem...

Cleber Otavio

quinta-feira, 11 de abril de 2019

A Lucidez se perde no Absurdo...

A lucidez se perde no absurdo
quando negamos nossa essência...
quando a inabilidade vence o amor
quando a distância sufoca a verdade...
A verdade que está dentro de si...
A verdade que está em tudo e ainda assim
O absurdo encontra saída...

A lucidez se perde no absurdo
Quando a doença despreza o brilho da mãe Lua...

Quando os descaminhos se tornam caminhos e se cruzam como poesias gêmeas que se perderam no infinito e se reencontram no esplendor do perdão...

A lucidez se perde no absurdo com as surpresas boas ou ruins...
Com as escolhas inesperadas...
A lucidez e perde sim no absurdo quando entro no mundo do outro e me perco de mim para entende-lo...
Submerso em seu mundo eu me encontro com a versão que fazes de mim em seu interior...
Chocado com a distância que tenho de tal coisa, demoro para encontrar a saída...
Demoro mais ainda para voltar pra mim...
Demoro ainda mais para aceitar tal visão...

Já morando em mim, minha lucidez se perde no absurdo mais uma vez, pela minha tolice de acreditar que pode ser diferente...
Por outro lado como não acreditar em coisas tão fortes como o amor?

Se eu não acreditar nisso minha lucidez vai se perder pra sempre no absurdo e a loucura tomará seu lugar...
Então sigo acreditando que o amor acontece em terras férteis...
E antes de morrer os pássaros carregam sua semente para outra terra...
Por que o amor não se perde, apenas se transforma para acontecer aonde pode ser acolhido...

Cleber Otávio.