Brumas do Absurdo

Tua essência

Tua atitude empoderada e feminina

Me envolve, me compreende

Tua coragem atrapalhada colocada em palavras desconexas 

Fazem Com que eu me perca entre a razão suprema e as brumas do absurdo...

As curvas do teu corpo me inebriam quando te acaricio

Seus gemidos entorpecem meus sentidos e tudo que antes era disforme...

Ganha forma, Ganha sentido...

Te abraço por trás antes de adormecer 

e nossos corpos ao se fundirem tronam-se a poesia que nos eleva aos Deuses...

Nessa frequência, adormecemos e em sonhos 

Cavalgamos pela eternidade...

Atravessamos os Campos Elíseos e as dimensões onde o tempo não existe...

Vivemos uma realidade paralela que por instantes torna-se nossa realidade...

Nosso jardim...

Lá ceifamos as pragas e alimentamos os brotos de nosso viver... 

Lá existimos...

Lá aonde apenas com nossa união podemos alcançar...

Por fim este mundo se torna nossa realidade...

Sim existem sombras que nos tentam ...

Que insistem em corromper a pureza que sentimentos nobres carregam...

Em vão...

Pois o que nos eleva são os altos ideais guiados pelos Deuses e Orixás...

Por fim voltamos ao corpo, a poesia de acordar com o calor do corpo um do outro...

Para mais um dia viver como se o amanhã não existisse...

Ah, o amanhã...

Vemos amanhã...

Cleber Otávio 

Seus sentidos

 A rua estremecia em chamas assim como seu corpo

Todos os seus sentidos estavam entorpecidos pela imaginação aguçada pelos jardins coloridos dos desejos...

Palavras, orações dionisicas em consagração ao sexo...

Momentos...

Lilith emergia de um vulcão em lavas que inundavam o quarto e os corpos...

Quando os sentidos se inundaram em êxtase tudo se reiniciou, seus sentidos, seus pensamentos, seus sentimentos... Bem como suas almas que naquele instante estavam mais perto dos Deuses...

Cleber Otávio 

...Os Tempos passaram as...

 Caminhos cruzados em vidas perdidas sobre o asfalto quente.

Pessoas cruzavam suas vidas no ônibus ou carros de aplicativos...

Dois amigos se reencontram e se abraçam  longamente...

Paz, corações aquecidos é  o que eles procuram, 

Então abri os olhos,depois de uma longa pausa e realmente...

Todos muito ocupados e cheios de si.... que ninguém  viu a vida passar...

Ninguém ouviu o chamado das almas no entardecer

Ninguém viu a criança a brincar com o cachorro na calcada...

Ninguém pensou que perderia o controle que nunca existiu de si mesmo...

 Ninguém ouviu um solucar de dor no canto do Brasil...

O mesmo lamento triste que jm dia ecoou  ho je ecoa novamente

O cenário mudou e os tempos passaram mas as chibatas gritando no lombo do Brasileiro...

Trabalha preto, trabalha branco, sai daqui seu índio...

Sai... vc não  tem nada, não  merece nada...

Cansado Deus manda torrenciais chuvas...

Só  o desastre pra fazer o coração humano se compadecer.... e criar empatia...

Cleber Otavio.

Mais um dia

Luz vermelha ao fundo...

A escuridão me engole como os poros do teu corpo

Ninguém, nenhuma voz ecoa do absurdo quando os sussurros de prazer falam pela alma...

Navego acelerado pelas curvas de um corpo sedento

Vejo a luz da mãe Lua pela janela a brilhar nua no breu espesso da noite

E lembro dos muitos amores que acordaram em meus lençóis, 

Das muitas dores e sabores que vivi para encontrar sentido e felicidade em ser eu mesmo

Em existir apenas...

Quanto tempo leva pra nascer o amor?

Quanto tempo leva pra reconhece-lo?

Quanto tempo leva para perder-se de si pelo medo desesperador de perde-lo?

Alço vôos longínquos até a montanha e lá ao me deparar com o espelho das almas...

Vejo que o sentido está apenas em viver o agora

Então as perguntas advindas da ansiedade se perdem nos mares profundos da lucidez...

Ao voar de volta pra mim, os ventos do mar acariciam minha face que em forma de águia

Pouso em meu corpo tendo o seu como cobertas vivas... 

e então acordo ávido e feliz para viver mais um dia... 

Apenas mais um dia...

Cleber Otávio 

Pela Estrada

 

Os olhos de gatos passam... 

pela estrada

Um dia pálido e nublado nasce lentamente 

e a chuva cai como lágrimas sobre o carro... 

Com as janelas abertas 

o vento bate no rosto 

Como a saudade de quem fui quando te amava...

Cleber Otavio