sábado, 26 de dezembro de 2020

Viver

Viver é como mergulhar em auto mar sem nenhuma proteção... 
é como cair na escuridão e não encontrar luz para enchergar... 
é como correr para o horizonte sem sairdo lugar... 
Viver é sonhar e não ver fim nisso... 
viver é como ser pai... 
 Não há respostas certas ou erradas apenas decisões... 

 Cléber Otávio

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Caixas cúbicas

A beleza sobrevoa o absurdo, 
fazendo sua vigília em meio ao caos, ele transita entre os mundos e repousa sua sabedoria em poemas que nascem por trás do arco íris... 
 Na imensidão eterna de sua alma moram os ardores de fúria moram os anseios ávidos de um menino que outrora existiu bem como a consciência de homem maduro... 

 Quando todos os seus desejos forem negados quando sua fé for posta em cheque as avenidas que ele percorre se encontrarão com seu destino... 
 Quando as caixas cúbicas do além forem desbravadas seu domínio será efetivo e seu sentimento de paz reinará mais uma vez, mais uma vez....
 
 A guerra que há entre a imensidão interior que lhe governa e sua mente sessará e seus anseios definharão a beira do grande mar... 
O certo e o errado serão um só e um sentido maior vai ser encontrado, um sentido maior, ainda não conhecido, ainda não desbravado, um sentido maior que ainda mora nas brumas distantes de uma montanha que ainda não foi vencida... Mas será... 

Então mais uma vez a beleza sobrevoa o absurdo, nos campos férteis da imaginação, seu futuro é visto pelos olhos de uma águia que sobrevoa a tal montanha... mas para seu desgosto, não lhe revela totalmente o que ainda há de vir... então suas canções e poemas tem  apenas a fantasia de uma esperança misteriosa... Misteriosa, mas cheia de vigor...
 
 Cléber Otávio.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Benção ou maldição?

Amanheci com outro cheiro em minha cama,
amanheci com outras lembranças recentes...
Menos ardentes, mais distantes do calor insano que eu vivenciava com você...
Mas em uma atitude sincera, vazia de sentimentos,
mas cheia de paixão e esperança...

Então percebo que o tempo passou
Não adianta tentar guardar nossas lembranças em uma caixa
Não adianta tentar mantê-las vivas
Não adianta acreditar que as sensações do presente nunca vão alcançar as boas lembranças do passado,
pois realmente não vão...
As lembranças são carregadas com as emoções do momento e voltam à tona recheadas de saudade e uma doçura
que só existe no mundo das lembranças...

Hoje é o meu presente
Hoje é o que tenho pra viver e apreciar...
Pra viver, pra gozar, pra sentir e tudo mais que me resta, mas apenas hoje...
Hoje é o dia que escolhi aceitar que o passado foi bonito, mas não é mais o que vivo...
Hoje é o dia que me dei conta que o tempo, os lugares e as pessoas que eu passei, que passaram por mim...
Amizades eternas, relacionamentos, alianças, trabalhos e etc...
Passaram, ficaram pra trás junto das lembranças que os acompanham e me servem de experiência...

A realidade que vivo hoje foi o sonho que sonhei ontem...
Os cabelos brancos, a experiência, o conhecimento, a segurança...
O domínio sobre mim mesmo, o sacerdócio, a paternidade, a independência emocional e tudo mais...
Não vivo mais a sombra de ninguém, nem das minhas expectativas sobre o que projetei pra mim mesmo...
Não quero ser mais vítima de minhas sombras, então eu as abraço para que elas não me dominem...

O futuro é desconhecido, é aonde meus olhos ou meus pensamentos não chegam,
Talvez cheguem as canções, as poesias ou a dimensão aonde moram os desejos e anseios da alma...
ainda assim para se desdobrar neste plano não passam de um sonho distante...

A esperança alcança o futuro bem como amor ou a gravidade que tudo transcendem...
até lá tenho apenas o hoje, apenas o agora para aceitar, viver e por fim existir lindamente a cada minuto,
pois o tempo que passou neste plano...
Apenas a dimensão das lembranças alcança...
e já não moro mais lá...
Então enquanto o infinito não me alcança, enquanto não posso retornar pra casa...
este corpo, este planeta é minha casa e tudo que me cerca ou me compõe, pode ser visto simplesmente, como benção ou maldição...
o que escolho?
No dia de hoje viver é uma benção...
As maldições foram queimadas no fogo sagrado dos Deuses...
Só por hoje...

Cléber Otávio

quinta-feira, 28 de maio de 2020

A escuridão que em mim habita



Metade de mim são sombras, devassidão, a outra ternura e poesia...
A sombra deturpou o que um dia foi ternura,
a sombra evadiu toda fantasia e esperança que havia no brincar de minha criança interior...
A sombra...
fez as formas pensamentos virarem um pesadelo real,
o qual eu não podia acordar porque estava preso nas entranhas da compulsão e obsessão
de uma forma tão profunda que minha mente consciente não podia alcançar...
E assim a sombra tirou meu poder de escolhas por alguns instantes, instalou o medo e sugou minha força...
Por vezes traduzir a dor e a depressão de uma derrota de si mesmo é como ter um câncer só que na alma...
se trata constantemente mas não se pode curar totalmente e quando menos se espera ele volta,
transformando tudo que há em volta em dor e sofrimento...

Já a ternura e a poesia, são o que salva minha alma dos demônios internos que meu espírito acordou em vidas passadas...
A música me faz sentir, pensar, dançar, viver e reviver boas lembranças...
A poesia faz com que a algo maior extraia de minha alma o que sinto e transforme isso em texto, poesia ou mesmo música...
A dor que carrego por estar vivo é tão grande que eu poderia compor infinitamente até que o Sol perdesse sua luz e tudo que conhecemos deixasse de existir...
Quando a mãe Lua vai se deitar e leva consigo todas as matilhas de cães e Lobos que guia, então meu sono vem e me entrego a vigília neste mundo para acordar em outro, onde minha existência deve ser mais leve, pois não tenho o peso do corpo e toda sombra que isso traz...
os pássaros acordam cantando para lhe dar bom dia, os girassóis despertam e com eles os sonhos que minha mente capta se tornam bonitos...


Quando sol no horizonte o mar adentra, e as corujas do pai Hades começam a tomar o lugar dos sabiás e das gaivotas, é quando tudo que há em mim acorda para mais uma noite que começa...
Os arco íris já se desfizeram pois a noite chegou e com ela a escuridão...
que me abraça e faz com que eu me sinta protegido pelas avenidas de Porto Alegre, pelas avenidas escuras dentro de minha alma...
Os sonhos se desfizeram e a dor é apenas uma lembrança torpe, pois no embalo dos sons de carros e músicas minha alma se aquieta pois sou chamado para cumprir mais um dia de trabalho...

Cléber Otávio.

sábado, 18 de abril de 2020

Imenso Jardim


Há alguém que morava em mim, que me deixou e foi embora quando fostes...
Este alguém era sensível, transformava as dores em poesia e sonhava...
e sonhava...

Como espelho do arquiteto, Baphomet fez nascer asas em mim...
Grande e majestosas como as dele...
suas chaves me deram acessos a tantos mundos
que os sonhos se perderam de mim para esbarrar comigo neste mundo...

Mas todo poder que passa por minhas mãos não foi suficiente para eu viver o amor que vi nascer por entre as rochas,
como a água que misteriosamente surge...
Pudera ter o poder de mudar tanto quanto a água...
Seria gelo para tua desonra...
seria água corrente para nossas lembranças...
seria águas termais para aquecer o amor que ainda existe em algum lugar...
seria águas salgadas e revoltas em teus pensamentos
Por fim evaporaria dos rios e choveria junto a tempestade
para aprenderes a não ser metade
para quem só sabe ser inteiro...

Pudera saber perdoar e viver este luto sem essa dor...
Definho a cada resquício de ti...
Então antes de envelhecer
Acordo mais uma noite sentindo outro corpo quente...
Todos os caminhos e descaminhos do amor me levam de volta ao nosso jardim...´
Mas também construí outros,
mais lúcidos... e que não se tornem inalcançáveis quando o desejo me torna quem sou...
Meu amor por ti envelhece e agora definha como o arco íris de seu pai ao passar a chuva...

As estradas que me levam a ti estão bloqueadas e não há ponte que atravesse um oceano inteiro...
Então desisto...
Desisto de amar sozinho...
de sonhar sozinho...
de cuidar deste imenso jardim sozinho...
de viver uma vida que seria a dois sozinho...
já pensei em desistir até dos nossos filhos, mas este amor ganhou a paternidade como forma e propósito...
então sigo com eles, sigo com meus amantes que se esforçam em ser bons...
sigo escrevendo, sentindo, vivendo, sonhando, transando... Cantando horizontes plenos e sem você...
Aquele cara que fez as malas e contigo foi, voltou...
Voou de volta pra mim com as asas que um dia nasceram da entrega mais verdadeira que já tive, que não foi a você ou ao amor que um dia nutri, mas por quem fez nascer estas asas, que agora alçam vôos altos e dantescos e por fim me levam pra bem longe do que um dia foi amor...
E agora é apenas o avesso de uma fantasia que já se perdeu de mim...
Até o infinito...

Cléber Otávio.

Entre Mundos


Todos os dias me reinvento...
todos os dias reinvento sua imagem em minha mente para não te perder mim e ficar vazio por dentro...
Cada dia seu rosto é de alguém diferente...
cada dia teu corpo tem uma forma nova em minha imaginação...

Navego pelos mares insólitos da solidão à noite
desbravando o absurdo em florestas sombrias para não te encontrar de novo...
Viajo entre os mundos e passeio entre tantos corpos que me perco...

Cada novo amante é uma pobre sombra do que um dia fomos um para o outro...
Mas por vezes me esqueço disso tudo e me entrego...
vou nos jardins que construímos para viver nossa felicidade com outro
e lá vivo por instantes o que gostaria de viver contigo...

Então...
Todos os dias me reinvento...
Todos dias reinvento sua imagem em minha mente
pois levaste contigo uma parte de minha alma e
vivo na busca incessante de me completar de novo...

Ouço nossa música em minha playlist mais uma vez, pois não consigo tirá-la...
vejo nosso filho cantando o que antes cantávamos juntos e gelo o meu coração
e por ele sou jogado no rio das lembranças...
Me faco águia e alço vôos rasantes pelo rio a procura de mim mesmo,
pois fico perdido entre a realidade e os sonhos que construímos juntos...

Mas não me encontro, sinto apenas o vento a tocar minha face,
levando com ele as penas velhas que caem do meu corpo...
Meus olhos avistam lá do alto mais uma presa fácil...
então lá vou eu...
De águia me faço homem novamente...
e como todos os dias me reinvento,
reinvento tua imagem para não me perder de mim...

Cléber Otávio

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Solidão Íntima

A solidão...
Por vezes tão doce
Por vezes arde como a velhice que aos poucos alcança meu corpo...

A solidão íntima é como um prêmio de consolação para quem muito amou...
ou ama...

Nem todos dias dói. Por vezes a solidão é poder escutar a voz do meu mestre interior, é poder contemplar uma jovem gaivota a pairar pelo ar, dividindo comigo sua leveza pelo simples fato de voar...

A solidão por vezes me permite ver e viver as paisagens mais lindas dentro e fora de mim...
Nem sempre bonita... nem sempre nefasta a solidão íntima é o preço do sacerdócio...
É o sacrifício de um sonho recheado dedesejos por um bem maior...

A solidão é o que vivo hoje como realidade íntima e afetiva...
É o que faço é o que sou...
Apenas lembranças boas de um corpo e de companhias que já se foram...
Apenas dores...
Apenas sonhos inalcançáveis e seniltimentos funestos...
A solidão íntima...
É como viver sem esperança é como ter uma doença e não poder cura-la...
É como ter um corpo e jamais poder
Gozar com ele...
a solidão é um fardo...
É uma benção...
É um desastre ou ainda assim
O início de um novo caminho
Mais próspero afetivamente...

Cleber Otavio

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Senhora do Mar...



O movimento de tuas águas traz calma
Limpa o corpo e a alma...
Tua grandeza quase imensurável guarda grandes segredos em sua profundidade...

Abriga o inconsciente do mundo e de todos os seres...
Cemitério de corpos, barcos navios e almas perdidas...
A escuridão de suas águas é nosso ponto de partida...

Para o corpo e a vida...
Grande senhora do mar...
Que o sal de suas águas preserve a pouca ternura que em meu peito restou...
Que teu colo dissolva minha enorme solidão íntima...
E os ventos que pairam teus mares leve essas dores embora e me refaça...
Me renove, me evele atéas montanhas mais altas para enfim renascer...

Cleber Otavio.


Refletes o céu e as gaivotas que