sexta-feira, 14 de abril de 2017

Pétalas Brancas


Acordo pela madrugada com sua voz a chamar-me...
Entras porta a dentro e sua ternura me invade...
Como a água que preenche os espaços por onde passa.

Já a tarde... me acordo com cobertores vivos a acariciar-me..
Minhas mãos passeiam pelas curvas do seu corpo e por ele me perco de meus anseios...
Por ele me encontro com minha forma mais bonita em espaços dentro de mim que só vou quando contigo estou...

Canto baixinho no teu ouvido
e adentro as quentes furnas de sua carne...
Nossas respirações aceleram até o êxtase que explode em pétalas brancas...
E mesmo que os compromissos me chamem
fingo que não estou e ali fico, com os meus lábios nos teus...

Enroscado na eternidade bonita do teu ser...
E assim me desfaço...
e assim me refaço...
para mais um dia...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Poesia Perdida


Ouço o galope do seu cavalo...
Ora ao longe
Ora em minha volta...
as avenidas e ruelas dentro e fora de mim
sempre me levam a felicidade...

As minhas dores se esvaíram como as brumas expostas ao calor do Sol...
Minhas fantasias se perderam nos portões do submundo...
E a lucidez arde minha alma
e invoca para a escuridão da origem
a criança interior que em mim habita..

A Terra do nunca é o Refúgio que vivo quando a paisagem perde as cores...
quando minha alma se distancia da força
e por instantes não reconhece a beleza e a poesia do arco íris que existe no longuínquo horizonte

Apenas mais um dia...
apenas mais um corpo vazio que se perde...
Meu quarto está cheio apenas de mim...
e isto me basta...

Pois quando me permito ser o verbo de minha origem
me encontro comigo e toda a poesia perdida volta a me compor...
Como uma armadura...
e com estas vestes, simplesmente existo,
Simplesmente vivo um dia de cada vez...

Cléber Otávio