Os olhos de gatos passam...
pela estrada
Um dia pálido e nublado nasce lentamente
e a chuva cai como lágrimas sobre o carro...
Com as janelas abertas
o vento bate no rosto
Como a saudade de quem fui quando te amava...
Cleber Otavio
Os olhos de gatos passam...
pela estrada
Um dia pálido e nublado nasce lentamente
e a chuva cai como lágrimas sobre o carro...
Com as janelas abertas
o vento bate no rosto
Como a saudade de quem fui quando te amava...
Cleber Otavio
O dom de viver o momento...
Por vezes tudo que necessitamos é viver o momento presente, olhar para si mesmo e ser grato por existir.
Sentir a brisa tocar o rosto, sentir a terra nos dando sustento a cada passo, apreciar a água e toda vida que ela traz...
Sentir o próprio corpo, fome, tesão, ternura, ansiedade ou mesmo o medo... cada sentimento ou sensação tem um porque...
Sentir o corpo quente de alguém e desfrutar do abraço, dos beijos, do toque da troca de energia e do êxtase de um bom gozo...
Viver o trabalho e apreciar o quão sagrado é o que nos da sustento...
Por fim sentir o invisível, e cada forma que este poder maior toma para nos assistir...
E então ser grato por estar vivo, por poder viver por poder um dia morrer e transcender...
Saber que nada vai se perder no vento
pois desenvolvi o dom de viver cada momento...
Cleber Otávio.
Fugir do absurdo é como nadar para o infinito sem saber como e quando chegar...
Me peguei cavalgando pelas curvas de outro corpo, e naqueles olhos vi os teus...
Mergulhado naquelas entranhas, o cio venceu novamente...
Lábios a se tocar em lençóis úmidos de suor em pleno inverno, os jardins da intimidade foram regados mais uma vez...
Corpo s quentes, com a sintonia em outro espírito... Então como fugir do absurdo? Do absoluto caminho traçado...
Nadar para o infinito horizonte, aonde o céu toca a terra e a grande serpente do mundo nos convida ao fim de uma era... Ao início de outra era...
O fim e o início são um só por instantes, como os corpos que ali na frente se tocarão, como a magia conjurada pelas duas espadas a duelar os prazeres da carne e do espirito...
Poesia ou previsão?
Inspiração dada pelos deuses, cujo segredos moram no infinito, bem como o sentir deles...
Cleber Otávio
Acordei no calor do teu corpo, a respirar em sua nuca senti tuas mãos passeando pelo meu corpo a procura do inesquecível...
A música tocava, no ritmo de nossos corpos a se tocar...
Os lençóis úmidos de suor junto do cheiro do prazer denunciavam nossa paixão...
Acordo com a benção da promiscuidade abraçado em outro corpo trocando beijos e carícias até o doce fim...
Aonde me encontro com o único que posso amar sem medida...
Eu mesmo...
Então me abraço e agradeço por estar vivo e ser quem eu sou...
Cleber Otávio.
Mais uma vez as lágrimas vertem do absurdo
Mais uma vez os deuses riem das certezas e decisões fúteis
e egocêntricas do ser humano...
Mais uma vez os pardais e as gaivotas tentam alçar
os altos vôos bem como as manoas rápidas e inteligentes que só uma águia pode realizar...
Mais uma vez...
Mais uma vez o amor perdeu para a vaidade
e o vento levou as sementes do amor para outros campos...
Só mais uma vez! diz o vício ao cérebro...mais uma dose de você em outros corpos
para sanar a dor que se faz insuportável quando sentida...
Só mais uma vez...
Mais uma vez o cio venceu o cansaço, a carência...
que se amorteceu com novas escolhas...
Mas estrela vespertina lembra que a esperança e a fé
são as únicas coisas capazes de atravessar qualquer escuridão...
Então mais uma vez me pego nutrindo amor pela minha alma
e na força de uma canção, uma forte oração acontece a Deusa mãe e
o universo sentem e assim começa a grande transformação dos corpos e corações
que finalmente, longe do vazio da vaidade e do medo
se encontram, se amam mais uma vez....
Cléber Otavio
A doença traduz-se em chamas no ventre...
Brandi todas as espadas e lanças que eu tinha...
Todos os guerreiros foram chamados, todos nós sobrevivemos menos meu coração que ficou amortecido pela dor....
A dor do descontrole, a dor das perdas passando pela janela e a compulsão me consumindo como formigas em folhas frescas...
As aguas do grande rio parecem calmas vistas da superfície, mas por baixo as correntes arrastam o que vem pela frente...
Não há força que possa conter as correntes do universo que como rio que corre, acontece inexorávelmente...
A magia e o domínio da grande arte são dádivas e chaves dadas a poucos, e aqueles que abusam ou fazem mau uso, são jogados no rio do universo que encontra o grande mar, aonde tudo se desfaz, aonde tudo se refaz, renasce ou reinventa-se coma chama lilás ao tocar a realidade...
Cleber Otávio.
Bato minhas asas como uma gaivota a sobrevoar o rio, vejo meu reflexo na água e não reconheço meu rosto sofrido...
Então apenas sinto o vento a acariciar meu corpo e o calor do Sol que me abraça docemente...
Ao atravessar a lagoa, ja em suas margens me transformo novamente em humano, um corpo que carrega uma alma cheia de sofreguidão...
Uma névoa nefasta se abre... e cavalos negros selvagens correm sobre a relva a minha volta anunciando a subida de Hades a terra novamente...
Olhos de fogo e ira o grande monarca me abraça e a ele entrego minhas dores, meus inimigos reais e os que habitam secretamente as brumas espessas do meu subconsciente...
Suas Corujas sobrevoam o círculo sagrado enquanto Cérbero se alimenta e estilhaça a maldade humana...
Minha alma encontra alegria ao ver justiça...
Minha mente descansam na grandeza e paz que meu grande pai traz das profundezas do submundo...
Os segredos adjacentes dos portais entre o infinito, a vida e a morte permanecem na escuridão...
A injustiça Jaz na imensidão do inferno e assim afio e limpo minhas armas, para a próxima guerra...
Cleber Otavio
Cavalgo por estradas coloridas quando lembro do calor do teu abraço...
Com os cavalos que puxam a linda carruagem da vida, me perco de mim para te encontrar no andar suave dos cavalos brancos, que trazem consigo a suavidade do sentir, da brisa que acaricia nossos rostos...
Me perco de mim para te encontrar no galope frenético dos negros cavalos que em ritmo acelerado trazem consigo o pulso íntimo e sexual que permeiam a imensidão dos desejos...
Por fim cavalgo até o infinito
Sem saber o que o destino nos reserva, sem pensar ou me preocupar com nada pois a força que me guia é o louco... e com ele não preciso de redes de proteção, me jogo do penhasco sem pensar...
Cleber Otavio.
Cavalgo para além do horizonte na busca de encontrar a adequação...
Cavalgo ora pelas nuvens ora pelas profundezas do inferno em meio a escuridão...
As luzes se apagam ao anoitecer das paixões e tento alcançar o calor do teu corpo para calar as vozes do vazio que permeiam a imensidão...
Na Eternidade de teus lábios sinto sua alma gritar por socorro, pois sua mente está distante do que és...
Cavalgo moribundo em avenidas nefastas até encontrar fé...
Caixas cúbicas de carma se chocam procurando caminhos para realizar os caminhos escritos na pré existência...
Em vão, pois mentes perdidas de sua alma acabam em demência...
A esperança de um tolo, a fuga de si numa busca desenfreada a desafiar a vida é o que lhe restou...
Seus caminhos se se fecham como funil , seus caminhos funestos lhe guiam para o fim...
Temperança é a palavra de ordem, mas para vivencia-la é preciso confrontar-se...
Então cavalgo para a escuridão na esperança de encontrar alma, ou vida em seu ser...
Mas encontro apenas o calor ávido de um corpo vazio...
Cavalgo de volta para os jardins das lembranças e lá vivo o luto de nossas paixões ao ver nossas flores murcharem penosamente até o fim...
Cleber Otavio.