segunda-feira, 11 de julho de 2016

Amor em Urano


Meu céu e meu mar internos ficaram em chamas
quando o vulcão que em mim habita
transbordou de saudades suas

O infinito ficou finito
e minha alma passou a chamar-se desespero...

Os pássaros desaprenderam a voar...
No entanto os Lobos agora sobrevoam suas presas...
Os patos passaram a uivar e os tigres a relinchar suas dores...

A ordem se perdeu no caótico mundo de sonhos,
sombrio como os lugares que me condenas a ficar por sua falta...

Porque a saudades tuas vira o meu universo particular
e só consigo me encontrar comigo quando me ponho a vislumbrar a poesia nos teus olhos a refletir meu rosto negro...
Angustiado de imensa e funesta solidão...

Com a graça dos céus minha alma rogou amor para universo e esbarrou na tua...
e desde então a felicidade que em mim habita ficou mais colorida por juntar se a tua felicidade...
Em Lilith me inspiro e em tua presença me componho com a ternura bonita de sentir sua alma em mim...

Cléber Otávio

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Estações



Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Rodas


Rodas que levam a sonhos dantescos e intangíveis...
Rodas que traduzem sonhos
Rodas que viajam no tempo e desfazem as brumas da ignorância...
Rodas que simplesmente giram
Sempre em busca de felicidade...

Cléber Otávio.

sábado, 4 de junho de 2016

Sigur Rós


Adormeço entre o pranto triste de minha realidade e
o suave balançar sobre rodas que giram psicodélica e enlouquecidamente nas estradas da vida
Adormeço para a realidade para acordar no mundo dos sonhos...

Acordo cavalgando com meu pajem em um unicórnio alado...
Branco como as nuvens ele sobrevoa a terra do nunca...
Seus vales, riachos e casas élficas...
Lindas em árvores frondosas e onipotentes como a mãe Terra

Me olho no espelho das águas do Rio... e vejo que na terra do Peter pan,
sou como o pajem que me acompanha...
Um menino doce e inocente...

Então corremos nus pelo vale encantado e nos transformamos em pássaros...
Gong e Milano...
Em instantes percorremos a eternidade dos sonhos e
em êxtaxe gozamos ser parte da inspiradora paisagem pintada pelas mãos de Deus...

Pousamos em Sigur Rós...
Nossa casa, Já meninos novamente...
brincamos, subimos no topo da árvore mais alta ver no cais do Porto Solimões
O Pai Sol deitar-se sobre o mar...

A aurora plena misturava cores infindáveis entre o céu e o mar...
O vermelho, o laranja
o azul, amarelo, rosa e também o roxo
se misturavam no céu e refletiam sua beleza na imensidão do mar verde da grande senhora...

Lá no alto, do outro lado, Lua, a Grande mãe, despontava linda e crescente
como era nossa felicidade por simplesmente existir...

Ao pé de um abacateiro o Velho Bará contava histórias e
em sua narrativa desvendava os segredos das Brumas de Avalon...

A noite caiu e no caminho para nossa refeição noturna Fausto anuncia a abertura dos portais...
Entre o Lixo e o fim das matas da floresta levanta-se uma mendinga esfarrapada...
Nos assustamos de imediato, mas ao fixar o olhar vemos as flores que ela traz
Um grande buquê...

Logo ela se transforma em uma linda princesa e todo lixo...
aquela imensa montanha transforma-se num pequeno castelo.
E a princesa negra sauda-nos.
Apenas por nossa inocência, pois para quem carrega maldade... ela é apenas uma mendinga...
Mulambo pegou cada um de nós pela mão e nos guiou até o banquete...
Após banquetearmos junto de nossos irmãos, ela nos colocou de volta na garupa de Pégasus novamente...

Choramos como se a saudade já estivesse velha em nosso peito...
Mas ainda assim cavalgamos no céu estrelado
para ser o despontar de nossos sonhos em nova áurea aurora...
Cujo a névoa espessa parecia aprisionar o horizonte...

Já as portas do Submundo... Plutão , o Grande pai nos recebe...
Já não somos mais meninos ou tão pouco inocentes...
Envelhecemos, mas meus cabelos brancos ainda carregam a ternura colorida deste poema...

Adormeço nos sonhos com meu pajem para acordar neste mundo mais uma vez...
Mais uma vez...
Em terna gratidão ao senhor da guerra por manter a chama da juventude acesa em mim...
A senhora dos ventos, pelos dantescos sonhos que me fazem encontrar comigo como gosto de ser...
Por não deixar a saudade de mim envelhecer em meu peito ou em minha alma...
Gratidão Grande espírito...

Cléber Otávio

Sina de Prometeu


Acordo mais um dia e meus lençóis são de solidão,
mas não há pesar em meu leito
tão pouco em meu peito...
Mas sim, as lembranças do teu cheiro...
do teu gosto
e da alegria que outrora me trouxeste...

Acordo mais um dia e toco o infinito na eternidade do meu sentir...
Em horizontes internos vejo pares de olhos desejantes de mim
e lá me encontro...
Lá me perco...

Me encontro com meu Deus, com minha Deusa...
Me perco dos meus demônios internos...

Ora me encontro para me perder
ora me perco para me encontrar...
em lençóis que muitos vezes são cheios apenas de mim...
Ora sentem falta de tuas carícias, enfim...
do toque...
do cheiro da malícia...
Que exala pelo quarto ao amanhecer em meus braços...
e da felicidade que vejo por trás dos olhos teus...

Caminhar pelas brumas dos sentimentos em imenso Apogeu...
de vivências e ilusões...
Beijos quentes na eterna sina de Prometeu...
Um poema Licérgico que em sua simplicidade retrata simplesmente...
Tu e eu...

Cléber Otávio


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dantesca Temperança



A Luz e a Sombra são a realidade de todo Bruxo...
Minha alma vaga em um imenso vazio...
Flutua pelos ares como o vento, desbravando o infinito...
Livre... livre como o todo

Entre o inconsciente coletivo e a pangéia Psicodélica que me rege
ecoa pelos ventos, tua voz...
Torpe, aguda como são seus sonhos de ilusão e desespero...

Nossas forças se fundem na entrega apaixonada de nossos corpos
e no vai e vem dos desejos a saudade se perde nos lençóis
que outrora foram de solidão funesta...

Em meu cavalo...
Cavalgo pelos campos verdes em Marte e assim sonhamos encontrar o teu...
O grande senhor dos animais anuncia sua chegada
abre os portais do seu mundo em dantesca Temperança...
Seus demônios são banidos, sua luz ilumina os porões sombrios de dor e despero
E na nova aurora Renascemos...

O horizonte se faz arco - íris e nossos lábios finalmente se encontram...
Mais uma vez...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Naquela Sala

Naquela sala os horizontes são maiores do que aqueles que se vislumbram nas mais altas montanhas...
Naquela sala cada rosto é um espelho desfigurado...
Que só vejo com clareza ao chegar perto...

Naquela sala todas as faces lembram uma parte de mim....
Todas as palavras são expressões de um poder maior...
Naquela sala ó silêncio é sagrado
E por trás de cada par de olhos vislumbro o infinito...
Naquela sala todas as dúvidas viram certezas
Por fim entre a fé e o desespero
Repouso minha esperança em dias melhores...

Cléber Otávio.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Despontar



Entre bocas e batidas
Ecoa na rouquidão do messias
Versos de amor
Versos de paz...

Entre o infinito e o calor do teu corpo me perco...
Me encontro
Algures...
Longe de tudo e de todos,
Perto de lugar nenhum...

Um lugar que pode ser acessado
Verdadeiramente...
Apenas por loucos
Por crianças
Ou mesmo por alguns animais...
Meu coração...

Lá nos deitamos sobre o gramado
E colhemos flores nos jardins da felicidade...

No despontar da aurora
nossos lábios se encontraram...
mais uma vez...

Entre o seu despontar
e o ápice da terra do nunca
situam- se orgasmos múltiplos
Situa-se a sombra dos prazeres...
Os olhos dos grande espírito e suas lágrimas sentidas...

A saudade envelheceu no meu peito
e em meio a a escuridão,
vislumbro sua nostalgia pelos olhos de lindo e negro felino...
Que me espia
e me deseja em segredo,
espanta os fantasmas que outrora tentaram me assombrar...

Por fim nossos corpos
nossos desejos se fundem ...
e em temperança pueril...
Te espero mais uma noite...

Cléber Otávio.

domingo, 27 de março de 2016

Poética Eternidade


Em teus olhos puxados me perco...
Na inocência perdida que me foi tirada pela vida adulta...
Em poética eternidade minhas mãos passeiam em teu corpo macio
Como a de um felino feroz que zela por sua cria...

Em meu peito zelo o amor
Em meu ventre o pulsar...
E assim desbravo os verdes campos da terra do nunca...
Cavalgamos rumo ao horizonte

Como quem cavalga para o infinito...
Sem exitar ou pensar no momento seguinte...
Sem medo de dores ou julgamentos
Pois lá não existem tais coisas...

Ternura prosa
Na intersecção que acontece entre os mundos
Vejo as florestas se fundindo
e o tempo se perdendo nos teus abraços...

O Sol tocou a terra no distante horizonte
e os deuses enviaram a criança Luly que traz em sua luz a esperança
que cavalga sem saber a grandeza que sua egrégora traz a nosso caminho

Paradigmas que se quebram no andar da roda da fortuna
que gira loucamente fazendo todas as paisagens mudarem
enquanto os anciãos riem de nossas escolhas vãs...

No entanto sou movidos pelas luzes do grande guerreiro e da senhora dos ventos,
pela Mãe Lua e pelo senhor do Submundo...
quando me permito enxergar meu caminho pelos seus olhos...
Então agradeço por ter a lucidez ainda para escolher
como vou andar pelas estradas que os Orixás e os deuses me colocam...

Cléber Otávio.

domingo, 13 de março de 2016

Comentários


Olá meus queridos amigos, e Leitores que acompanham este blog, Tenho acompanhado os registros do blog e vejo que sou bastante lido e muitas pessoas acompanham o blog...
Tenho escrito e dividido textos diversos há algum tempo, tenho procurado dividir minhas impressões e sentimentos sobre o que vivo e sinto publicamente neste blog desde 2009.

O que peço aos que leem regularmente que possam dividir comigo suas impressões e sentimentos no espaço de comentários de cada texto do blog em Português ou Inglês...

Obrigado por acompanhar este trabalho...
boas leituras...

Cléber Otávio.

Calor dos Teus Abraços


Vislumbro o horizonte pelos olhos das gaivotas,
Nele, perco os meus sentidos...
Ofuscado pela beleza do por do Pai Sol
Que dentre tantas cores
Brilha a saudade do calor dos teus abraços

Cléber Otávio.

Porões do Submundo


Em algum lugar do tempo as cores do horizonte se fundiram com a lucidez...

Em algum lugar...

Em algum lugar do tempo, inalcansáveis se tornaram suas escolhas...

O centro do universo do seu infinito particular
enviou sua alma para os porões do Submundo...

Lá...
Seu nome é desespero e o sopro que antes era de vida
agora aspira a morte
Agora se alimenta dos seus medos em funesta solidão...

Cavalgando entre a dor e o desespero seu anjo o resgata...

Mas será que ela vai pular do penhasco?
Se jogar sem ver o fundo
sem ver o fim,
Acreditar no que não conhece,
Confiar no que não vê e ainda assim crer...

Mais uma noite os lobos uivam sobre a montanha
os ventos sopram magia e o espelho da Deusa mãe reflete seu íntimo
as espadas do grande pai lhe rasgam o plexo
e ela flutua sobre o absurdo...

Pois os guardiões já sequestraram seus demônios
e sua identidade se perdeu na imensidão dos arcanos...
renascerá para não se perder de vez de si...
de seu destino...
e do amor que navega no grande mar do inconsciente coletivo de emoções para o seu subconsciente...
mais será revelado...

Cléber Otávio.

domingo, 6 de março de 2016

Caçador de Mim



Olho pelas janelas de minha alma e os espelhos foram tapados
Já esqueci meu rosto...
Diante dos Deuses tive que reinventar minha imagem para não esquecer quem sou, quem fui...

Olho pelas janelas do meu coração e seus espelhos já não refletem tua imagem,
não refletem a imagem de ninguém que não seja eu...
Já esqueci teu rosto... Já esqueci os tantos rostos que acariciei...
Diante dos deuses e de mim mesmo reinventei...
Não o amor, mas a forma de andar em suas estradas desbravar seus verdes campos...

Minha luz só serve para iluminar os meus porões...
Meus porões só servem para que se percam meus demônios internos...
No submundo que habita meu inconsciente rege em mar revolto a fria luz da grande mãe... do grande pai...
E este universo estilhaça os demônios que por lá aparecem...
Por fim sou meu maior monstro, por isso me tornei caçador de mim...

Cléber Otávio.