sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Elfos


Despontai das luzes que emanam do interior da Floresta...
Senhor dos Elfos...
Os mortos romperam os portais de Lotlórien
Mas se perderam entre arcos e flechas sagrados...
Eu vos espero no círculo dos iniciados, após transcender as chamas que clamo por perdão...
Lá o tempo inexiste porque...
Os olhos da Deusa vão além do tempo e do inimaginável infinito...

Cléber Otávio.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Corpo

Se os corações pudessem falar
O que o seu diria ao meu?
Se em minhas mãos falassem
O que ela ter diria depois de tudo?
Não; não vou continuar com isso...
Pois se meus pés pudessem falar
Das estradas que percorri ao teu lado
E aonde fui parar...
Outras partes do corpo se calariam de vergonha...

Cléber Otávio.

A Abelha e o Girassol


A Abelha e o Girassol
Se eu fosse abelha é claro que eu pousaria em ti... Belo Girassol...
Hoje sou Girassol responde a flor, mas já fui uma estrela...
Surpresa a abelha curiosa exclamou: e como viraste Flor?
Há algum tempo atrás, eu era uma estrela, seguia a Mãe Lua, senhora de todas as estrelas, pela noite, mas sempre me atrasava pela manhã para ir embora, pois não conseguia parar de olhar a beleza e o brilho do Sol...
Mas a noite era a primeira estrela a despontar no céu, só para ficar admirando sua beleza...
E a Lua sempre me chamava a atenção, dizia que era um amor impossível, pois sempre que ele vinha eu tinha que sair e vice versa...
Mas não adiantava eu não conseguia parar de pensar no seu brilho...
Então um dia fui falar com o senhor dos ventos e ao chegar lá, ele já sabia o que eu queria, e antes de eu perguntar ele disse: é impossível estrelinha, a não ser que você deixe de ser estrela. Eu sem pensar eu disse que seja então...
Imediatamente um grande vento tomou conta do meu corpo celeste e eu cai muito rápido na terra...
Abrindo um buraco na terra e no fundo uma semente... que o senhor dos ventos mandou muita chuva e força então cresci linda e amarela, adormeço a noite mas pela manhã posso admirar o Sol desde o seu surgimento na Alvorada até sua Aurora Poente... e ele a mim...
A Abelha com os olhos transbordando lhe disse: que bom que agora és flor é de sua poetica beleza que nós abelhas produzimos mel... Então além do Sol e de suas irmãs flores tens agora nós...
Abelhas para lhe amar e cuidar...
Sem perder o Pai Sol de vista, o Girassol Adormece... pois o Sol...
Se foi...
Cleber Otávio.
( história inspirada/baseada na lenda do Girassol, do libro das Virtudes)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Pangéia Funesta

O universo me pede silêncio
mas o único silêncio que cala minha alma
só acontece quando ouço tua voz...

O mundo que criamos, nossas plantas, avenidas
nossos corpos e a dimensão que construímos ficou abandonada
árida, seca...
Mas encontrou poesia nas profundezas da floresta...
renasceu das cinzas...

E tudo começou a ganhar cor de novo,
novas formas e o infinito acendeu nos teus olhos...
novamente...

Por vezes me escondo sozinho neste mundo, pois nem sempre estás lá...
por vezes cavalgo naquelas estradas, de olhos fechados, entregue.
Em caminhos que por vezes parecem não ter fim...

Acabo em explodir em êxtase sozinho mais uma vez,
em um mundo que não tenho como desconstruir sozinho...
Na esperança insana e inalcansável de viver neste mundo
Com alguém que seja real...

No fim O sentimento real, os desejos reais as palavras reais,
se perdem na trama social que vivemos
Uma Pangéia funesta que leva tudo e todos a morte espiritual...
Então entendo o Silêncio que o Universo me pede...

Cléber Otávio



sábado, 21 de janeiro de 2017

Estranho e Perigoso


Para e arranca entre sinais e avenidas longínquas em caixas com rodas, fechadas, protegendo os humanos deles mesmos, porque caminhar entre os iguais se tornou eatranho e perigoso...

Cachorros presos a coleiras como se fossem escravos, pois cães soltos são como pessoas soltas, naturais...
Mas o natural se tornou estranho e perigoso...
Pequenas caixas eletrônicas que alienam os seres pois falar olhando nos olhos, abraçar, sentir o cheiro das pessoas tounou-se estranho e perigoso..

E quando penso no que vamos nos tornando com o mau uso da tecnologia que dispomos, quando penso no grande avanço que temos sem bases, sem princípios espirituais que nos dêem um norte, vejo claramente que
Estranho e perigoso é o destino que estamos construindo...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Animal de Poder


Sua fera felina despertou na escuridão da noite...
Desbravou o breu sublime da floresta até se deparar com outra fera...
Seus comandos já não lhe diziam nada, seus instintos tomaram conta dele...
Sua fera...
Se interlaçou com a outra e juntas lhe mostraram que só a entrega aos instintos mais puros pode vencer os seus maiores medos...
Descobrira seu animal de poder...
Os felinos se atiraram nas águas escuras e profundas do inconsciente...
Lá o tempo não existe...
Quando voltaram suas mentes estavam velhas e a felicidade ardia no fogo de suas paixões que incendiava junto aos seus medos no mar em chamas...
Ao voltar...
Já não eram os mesmos...
O fogo os purificou e as aguas profundas acordaram os olhos da alma...
Enfim renasceram...

Cléber Otávio.



Maior Medo


Nosso maior medo não é o de sermos incapazes.
Nosso maior medo é descobrir que somos muito mais poderosos do que pensamos.
É nossa luz e não nossas trevas, aquilo que mais nos assusta.
Vivemos nos perguntando: quem sou eu, que me julgo tão insignificante, para aceitar o desafio de ser brilhante, sedutora, talentosa, fabulosa?
Na verdade, por que não?
Procurar ser medíocre não vai ajudar em nada o mundo ou os nossos filhos.
Não existe nenhum mérito em diminuir nossos talentos, apenas para que os outros não se sintam inseguros ao nosso lado.
Nascemos para manifestar a glória de Deus – que está em todos, e não apenas em alguns eleitos. Quando tentamos mostrar esta glória, inconscientemente damos permissão para que nossos amigos possam também manifestá-la.
Quanto mais livres formos, mais livres tornamos aqueles que nos cercam.

Marianne Williamson

sábado, 14 de janeiro de 2017

Psicodélico Devir


A Aurora rasga o horizonte enquanto o Sol se deita sobre o mar...
A consciência rasga a visão interna de si enquanto seu mestre lhe ensina a amar...

As chamas arderam e com ela a culpa que outrora os perturbou...
As águas lavaram o dialético sentir que os afastava de quem eles realmente são...
Mas afinal quem foi que disse o que sentimento tem certo ou errado?
Será preciso virar o mundo do avesso para poder entendê los...
Antes...

Agora o mundo que eles construíram era suficiente para sustentar os seus sonhos...
Um psicodélico devir os espera por trás dos olhos da Deusa...
Mais será revelado...

Cléber Otávio.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Perspectiva



"Nem sempre estar de cabeça pra baixo é ruim, às vezes é aventurar-se a olhar as coisas por uma outra Perspectiva...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Atlanta




Entre o chão e as nuvens é como vivem a maioria dos seres...
entre a mente consciente e a realidade é o que vivem...
Mas minha mente teima em destemidamente adentrar a noite profunda...

A noite profunda do mundo, a noite profunda que impõe meu inconsciente quando mergulho em suas águas profundas e obscuras...
Lá não sou apenas um espírito, mas a imagem do grande espírito
lá não sou parte do todo, sou o todo,
lá não sou parte da paisagem ou do rio, mas sou...

Sou lá e também sou aqui quando os minha consciência se expande e alcanço a liberdade de ser parte do todo,
de ser rio ou mesmo o vento que acaricia as aves na montanha solitária...

Atravesso as montanhas e pelo torpe inconsciente do mundo chego em Atlanta, a pátria mãe de tudo que conhecemos...
Navego na imensidão do mar do que me é permitido ver e viver, mas apenas algumas impressões na alma acordaram...

Mas agora sei que minha mente não me aprisiona mais, nem nenhum poder que rege este mundo...
Liberdade é ser simplesmente como a Deusa mãe me fez em minha essência...
Nasci perfeito e com essa consciência, e aos poucos a vida me fez esquecer quem eu era...

A fênix retorna a sua pátria mãe, e de lá lidera sua ordem...
Renascer é alcançar um novo estágio de consciência é ser a poesia que o ser Supremo escreveu ao nos criar...
O chão e as nuvens ainda dizem alguma coisa?
Sim, o chão que piso e as nuvens são miragens deste plano,
um desafio diário para que eu não esqueça, não de onde vim, mas quem realmente sou...

Cléber mestre Psicopompe Ilú...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Shadows / Sombras



A pantera negra correu pela floresta até encontrar sua presa...
e quando teve medo de sua sombra, dançou com ela,
para no fim perceber que não podia mais ter medo da sombra que ela mesmo projetava...

Cléber Otávio
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The black panther ran through the forest until it found its prey ...
And when he was afraid of his shadow, he danced with her,
in the end realizing that he could no longer be afraid of the shadow she projected herself...

Cléber Otávio

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Fernão Capelo Gaivota


...Todas a Aves param ao olhar ele voar...
Passou como um raio pelo bando de gaivotas
deixando todos espantados com a rapidez que atingira...

Feliz e realizado com as suas descobertas
"quando souberem do triunfo pensava, ficarão loucos de alegria
como vale a pena agora viver! em vez da monótona labuta de procurar peixe unto dos barcos de pesca, temos uma razão para estar vivos!
Podemos subtrair-nos à ignorância
podemos encontrar-nos com criaturas excelentes, inteligentes e hábeis, podemos ser livres, podemos aprender a voar!
As gaivotas estavam reunidas em concelho quando ele Aterrou, e segundo parecia já estavam em reunião algum tempo, na realidade estavam à espera dele.
- Fernão Capelo Gaivota! É chamado ao centro! As palavras do mais velho foram pronunciadas num tom mais solene. Ser chamdo ao centro só podia significar grande vergonha ou grande honra. ser chamado ao centro por honra era a maneira como eram designados os principais chefes das gaivotas. "claro", pensou , "o bando da alimentação esta manhã viu o triunfo! Mas eu não quero honras. Não me interessa ser chefe, só quero partilhar o que descobri, mostrar a todos, esses horizontes que estão à nossa frente" Avançou um passo.
- Fernão Gaivota disse o mais velho - é chamado ao centro por vergonha aos olhos das Gaivotas, suas semelhantes!
Foi como se lhe batessem com uma tábua. Os joelhos enfraqueceram-lhe, as penas tombaram-lhe, um enorme rugido ensurdeceu-o.
"ser chamado ao centro por vergonha? Impossível! O triunfo! Eles não podem compreender! estão errados! Estão errados!"
-... Pela sua desastrada irresponsabilidade - Entoava a voz solene, - por violar a dignidade e tradição da família das gaivotas...
Ser chamado ao centro por vergonha significava ser banido da sociedade das gaivotas, desdenhando para uma vida solitária nos penhascos longuínquos.
- ... um dia Fernão Capelo Gaivota aprenderá que a irresponsabilidade não compensa. A vida é o desconhecido e o desconhecível, mas não podemos esquecer que estamos neste mundo para comer e para nos mantermos vivos tanto quanto pudermos...
Uma Gaivota nunca contesta o conselho do bando, mas a voz de Fernão ergueu-se gritando:
- Irresponsablidade? Meus irmãos! Quem é mais responsável do que uma gaivota que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida? Passamos mil anos lutando por cabeças de peixe, mas agora temos uma razão pra viver, para aprender, para descobrir, para sermos livres!
Dêem -me uma oportunidade, deixem-me mostrar o que descobri...
O bando mostrou-se impenetrável como pedra.
- Quebrou-se a irmandade - entoaram em conjunto todas as gaivotas e, em perfeito acordo taparam solenemente os ouvidos e viraram-lhe as costas.

Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas vou muito além dos penhascos Longínquos. A Solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do vôo que as esperava. Recusaram-se a abrir os olhos e a ver...

Aprendia cada vez mais. Aprendeu que um eficiente mergulho a grande velocidade lhe dava um peixe raro e saboroso que vivia a três metros da superfície do mar, já não precisava de barcos de pesca nem de pão duro pra viver. Aprendeu a dormir no ar, estabelecendo um percurso noturno pelo vento do largo, cobrindo cento e cinquenta quilômetros desde o ocaso até a aurora. Utilizando o mesmo controle interior , voou através de nevoeiros cerrados e subiu acima deles para céus estonteantes de claridade... enquanto qualquer outra gaivota ficava na terra conhecendo apenas neblina e chuvas. Aprendeu a dominar os altos ventos do continentes e a jantar ali os delicados insetos...
O que desejava para o bando tinha-o agora só pra si. Aprendera a voar, não lamentava o preço que pagara por isso. Fernão gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira sã as razões do porque a vida de uma gaivota é tão curta, e sem isso a perturbar-lhe a cabeça vivu de fato uma vida longa e feliz..."

(trecho do livro Fernão Capelo Gaivota, 1970)
Richard Bach
Fotografia de Russel Munson

Este livro é das coisas mais maravilhosas que já li e neste momento me identifico muito com este trecho do livro, pois é exatamente o que vivo agora, é exatamente como me sinto...
No entanto acredito que o futuro promissor de Fernão é o que me espera... E mais tarde como ele Voltarei ao bando, não a espera de glórias, mas para ensinar o que aprendi nesta nova maneia de viver...
A família é a origem do ser humano, sua referência e para aonde ele pode sempre voltar, mas pode ser também o câncer que que lhe mata por dentro, a doença que lhe degenera quando sua autenticidade se impõe a medíocre forma que maioria das pessoas vivem...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Jera...


Flutuação em estado de emergência é aonde navegam as minhas lembranças....
Lá... aonde se pode tocar o infinito
Lá... aonde o arco iris termina de ligar o céu e a terra...
Lá aonde os sentimentos ganham forma...
Todos os caminhos me levam ao templo sagrado que carrego...

No espaço aonde navegam minhas memórias e desejos a realidade do meu interior se transforma e tudo parece mudar o sentido por instantes...
Tudo parece mudar...
Pégasus sobrevoa a floresta sagrada e os Séfiros anunciam junto de Diana os confins de uma era que encontra seu fim em mim...

As corujas me acompanham e então chego ao meu destino...
O fim...
O começo...
E então no reino dos mortos purifico meu ser...

Pela chama sagrada dos guardiões que estilhaçam as sombras que ainda restaram...
Uriel invoca as chamas da criação e por fim renasço...
Mais uma vez...
Em vida...

Como bom xamã danço com minhas sombras... corro ao lado do desespero para não esquecer quem fui e porque me vigio como um lobo que uiva no alto da montanha...
Uivo pra mãe Lua e em sua luz me encontro comigo para nunca mais me perder de mim...

Cléber Otávio.