sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Lençóis de Estrelas


Chuva a cair no telhado e relâmpagos a iluminar o céu...
A noite escura vestiu seu corpo de riscos e sombras...
Entre o desapego e a saudade sou coberto com lençóis de estrelas vespertinas...
Estrelas do céu que brilham seu olhar em minha janela...
Estrelas do mar que fazem navegar meu sentir em sonhos tão quentes que incendeiam os mares do norte...

Então o Martin Pescador voa em meio as Gaivotas para não queimar suas penas...
Sofro com a distância, mas se posso vislumbrar encruzilhadas nas nuvens pelos olhos das Gaivotas...
Posso pelo ar navegar em teus pensamentos...

Mas não o faço... pois tenho receio de ver o que não quero e minha fantasia se perder de mim...
Mas sei que é no calor de tua pele que habitam meus sonhos, é na ternura de sua boca que me perco em mundos que não sei chegar sozinho... e mesmo que pudesse, certamente não saberia voltar...
Então faço de minha alma meu lar...
E quando tudo se esvair, terminar...
Serei o chão que fará dos teus ossos parte da terra...
te eternizando...
Até lá o Sertão já virou Mar...
Mas sei que na eternidade dos sonhos das almas poderei te Tocar...

E por fim não Haverá aurora que nos impeça de voar...

Até o infinito...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Sentinela das emoções...


Todas as bocas do mundo secaram ao Sol quando te vi sofrer...
Todos os corpos quentes que tocamos, esfriaram no alvorecer...
Ninguém cavalgará mais nas estradas daquele amor nem haveremos mais de temer...

Os cabelos e as figueiras em nossa pele nos elevam a um dolorido lugar no horizonte perdido, a consciência...

Hoje o amor está na sombra da dor
A dor nos faz crescer e a experiência...
Bom... esta nos tirou o dom de mentir... de iludir tudo as voltas de nós...

A esperança renasce num horizonte que estava perdido...
As margens de desejos e fantasias sinto...
Meu coração pulsar junto do calor do seu corpo...
Minha alma esbarrou com a tua em uma dimensão distante e as lágrimas que antes foram de sangue... tingiram de vermelho
um mar de terras distantes...

Os muros que sufocavam nossos corações foram derrubados, pois não podemos ser sentinelas de nossas emoções...

A sofreguidão nos teus olhos fez transbordar minha alma...
Uma solidão pagã anuncia sua chegada...
Os nevoeiros de dores febris se desfizeram junto de todas as maldições...

Por fim é no calor de teu corpo que minhas mãos vão passear mais uma vez...
Longe da terra do nunca
Mas sem nunca perder o encanto de sua magia que em mim habita...

A realidade enfim solidifica o sentimento...
o abrigo quase extinto, dos falos...
Aonde me perco em florestas brancas e estradas de barro...
Por fim, por aqui encerro este lamento... me calo...

Cléber Otávio.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Leviatan... Fúrias Noturnas...


Sua Alma adentra a escuridão do mundo
Ouço os passos da morte a caminhar em sua direção...
Os cães do submundo já dilaceraram seu corpo...

A velhice arde em chamas no breu apocalíptico de um mar sem fim...
Fúrias noturnas de um devir funesto te perseguirão...
Cavalgam nas encruzilhadas marítimas sobre o comando de Leviatan...

Os guardiões do mundo já foram enviados e toda a maldade antes evocada por ti recairá, sobre a alma de quem a evocou... você...

Fúrias no mar em chamas...
A noite é a única realidade de um mago quando ele sucumbi a escuridão em vida...
Boa Viajem...

Alma Atlanti.

domingo, 30 de outubro de 2016

Jamais Existirei de novo...


O tempo passou e nada parece ter mudado em minha aura....
O tempo passou e nada parece ter mudado em meu peito...
O tempo não passou em algum lugar,
mas apenas nós passamos...

Vejo o início, vejo o fim desta era,
Deste Sol que um dia irá se apagar para tudo ser escuridão novamente....

E quando tudo voltar pra escuridão, tudo recomeça...
Mais uma vez...
e então será que algum dia existiu?
Será que algum dia deixou de existir?

Sou imortal, pois na dimensão que meu espírito foi criado, não há tempo...
Então como universo nunca deixei de existir e jamais existirei de novo....

Cléber Otávio.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Não entre docilmente nessa noite escura ( tradução do texto original)


Não entres docilmente nesta noite serena,
Porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
No fim ainda que oa sábios aceitem as trevas,
Porque se esgotou o raio nas suas palavras.
Eles não entram docilmente nesta noite serena.
Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podiam.
O brilho das suas frágeis ações ter dançado na baía verde.
Odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E os loucos que colheram e cantaram o vôo do Sol e aprenderam muito tarde, como feriram no seu caminho, não entram docilmente nessa noite serena.
Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega.
Quando os olhos cegos fugiriam como meteroros e seriam alegres,
Odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E de longe, meu pai, peço-te que nesta altura sombria venhas beijar ou amaldiçoar-me com tuas cruéis lágrimas.
Não entre docilmente nesta noite serena.
Odeia, odeia a luz que começa a morrer.

Dylan Thomas
(Tradução Fernando Guimarães)

Não entre docilmente... tradução do trecho recitado mo filme (Interestelar)



Não adentre a boa noite apenas com ternura
A velhice queima e clama ao raiar do dia...
fúria, fúria contra a luz que já não fulgura.

Embora os sábios no fim da vida saibam que é a escuridão que perdura,
porque suas palavras não capturaram a centelha tardia...

Não adentre a boa noite apenas com ternura...
fúria, fúria contra a luz que já não fulgura....

Dylan Thomas

"Poesia recitada do filme Interestelar"

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Poemas Tímidos


Hoje acordei sentindo sua presença em mim...

Meus lençóis estavam vazios...
nele reinam apenas a terna lembrança dos teus olhos fixados nos meus...

Mas tenho medo...
De não saber sair dos teus Abraços...
De mergulhar em teus olhos e neles me perder...
Tenho medo de chegar ao seu coração e percorrer como sangue teu corpo e não saber voltar a mim...
Não saber voltar...

Mas gosto de pensar nisso...
nos nossos labios se tocando e nossos corpos se fundindo como se fossemos um só corpo...
Um coração apenas feito de poesia...
Feito do amor mais puro que o criador pôde compor em um momento de inspiração...

Talvez tudo isso não deixe de ser uma sombra aqui descrita do meu sentir...
Mas ainda assim gosto de pensar como seria...
Por fim tenho saudade do teu cheiro que alimenta poemas tímidos como este...

Cléber Otávio.