Hunter

Em sua longa jornada, a grande cavalgada do nunca ele pergunta aos seus instintos
Viver ou Morrer?
Seu corpo sobrevoa o infinito através do inconsciente coletivo...
Pegou sua chance antes da poesia pagã se perder na flutuação do lado obscuro da Lua...
Enforcado pelo seu carma, ele caminha pelas estrelas nos intermináveis sonhos que vive sua alma ao se desprender...
Um novo olhar que se lança, uma oportunidade de recomeçar...
Um começo limpo, de perspectivas infinitas...

Sozinho, Sozinho...

Cavalga solitário pelas florestas, montanhas e vales que desbrava...
Alto como voam as águias de Zeus, voam seus pensamentos...
Tudo menos a garota que um dia lhe tentou sufocar
Tudo menos a mulher que assassinou seu destino, que afastou seus amores, zombou de suas dores e da inalcansável forma de amar seus iguais...
Amores que se somem como a brumas se desfazem sobre o rio ao amanhecer...
Sua dor se moldou ao momento de sua cavalgada...

Hunter, seu unicórnio Alado agora descansa junto do cavaleiro... expia junto dele seu perjúrio, suas dores...
O ama carinhosamente até que seu cavaleiro tenha alguém para amar...

Cavaleiro indomável que segue pelas intermináveis estradas da vida...
Mas aonde andará seu amor...
Ao desposar Guerreiros, príncipes e donzelas, coleciona momentos de dor, ternura
Que ao transformar em poesia tornam-se imortais...

Se ele fosse dono do seu destino, poderia buscar seu amor...
Do outro lado do oceano talvez
Talvez...
Talvez atrás da próxima montanha...
Cavalgaria pelas nuvens se preciso fosse desbravaria os ventos até a janela do seu amado...
O resgataria de sua expiação e os dois voariam juntos a comungar o amor
rumo a terra do nunca...
De onde nunca deveriam ter saído...


Cléber Otávio.

Império

``Se a dor de algumas perdas destrói parte do coração...
Então não se importe...
Os maiores e mais bonitos impérios foram construídos a partir de cinzas de uma antiga destruição.´´

(Andre Baritchelli)

Mais Feliz

Resgate da Agenda 11/06/14

" Haverá o dia que desejos e amores diferentes passarão a ser comuns...
Quando esse respeito acontecer das apessoas para elas mesmas e para o outro então talvez tenhamos evoluído para um estágio mais lúcido e mais feliz da humanidade..."

Cléber Otávio

Senhor dos Lobos

-Quem inventou o amor também inventou a dor, disse o menino ao pai...
E o pai não lhe responde nada... Até que decidiu falar:
Filho, eu já não sei quantas vezes amei e desamei...
não sei quantas vezes entreguei meu amor em forma de confiança, dedicação,atenção, etc, e não recebi nada de volta...
- Então tu se vingou pai?
- Não meu filho, porque de onde venho, alguém já fez o mesmo por mim e nem sempre eu pude fazer coisas boas com este sentimento...
Então sigo assim, quando tenho que dividir o que tenho no peito com alguém que precisa, seja da minha experiência, seja do meu abraço ou do meu carinho eu dou, como se fosse a mim mesmo...
Porque lembro não só de que um dia pessoas já fizeram por mim, mas do amor puro de Tupã que teve ao me criar...
Amor este que só lembro que existe quando olho nos olhos de uma criança como tu...
Pois não sei o que farás com todo este amor que te dou nem sei o que os meus alunos farão, mas quando estou diante de Tupã ou de mim mesmo, fico tranquilo e feliz por fazer bem o que tenho que fazer meu filho...

- Ah legal pai, mas e o mal, porque existem pessoas que machucam os outros?
- Meu filho, Ao Nascer Tupã planta dentro de cada ser humano dois Lobos um muito bom, que representa o amor de Tupã e da mãe Terra ao nos fazer e o outro lobo que é o seu oposto...
Mas eles são gêmeos, eles andam e crescem dentro de cada ser humano...
Então com a mesma pessoa podemos ser os dois lobos, depende daquilo que queremos dividir.
Pois se um amigo te chateia tu não vai ser o Lobo mau não é?
- Hum não sei pai...
- Claro que não meu filho quando a gente gosta das pessoas usamos sempre o lobo bom pra que a gente possa entender a pessoa filho...
O Lobo mau é aquele que te protege na floresta, te avisa dos animais venenosos e dos perigos da vida, mas não podemos usa-lo com as pessoas que amamos, porque ele não sabe amar... Usamos o outro Lobo que sempre vai nos levar por caminhos bonitos e quando ele não puder consertar algo que fizemos, há também o senhor de todos os Lobos... que se chama tempo, este sempre conserta tudo e nos faz entender ou acreditar até o que nos parece impossível meu filho...
- Acho que entendi papai, mas como vou saber qual dos lobos vou ser e Quando?
- O tempo meu filho só o tempo, mas até lá o pai vai estar aqui pra te dizer qual deles ser... agora vamos dormir...
- Por isso que eu te amo pai, boa noite!
- Boa noite meu filho...

Cléber Otávio.

O Sol da noite

No horizonte distante, ecoa um grito itinerante e intocável como tua alma...
Horizonte...
tranquilo como a brisa que acaricia nossas faces ao anoitecer
A noite é cinza Mas a alegria, nossa!
Grossa como o tronco da majestosa árvore mãe,
que se enverga na tempestade para não se quebrar...

O tempo e a vida não nos impedem de estar caminhando
para um dia talvez atravessar o oceano
Desvendando os segredos da vida através dos arcanos
com a benção e a proteção dos orixás...

A Lua é o Sol da noite que guarda consigo as lembranças das andanças do meu espírito...
Que com minha mente física apenas, não alcanço mais...
Mas se um dia houver distância que a mãe Lua brilhe meu sorriso em tua alma...

Cléber Otávio e Matheus Moreira.

Visões

" ...Os meus desejos se perderam no espaço infinito, mas ao anoitecer uma luz prateada ilumina teu sorriso no intocável horizonte...
Saudades...
O grunir das águias de Zeus anunciam um novo dia...
Um sonho distante que renasce das cinzas ritualísticas da mãe Lua.
Ao despontar o submundo e o Olimpo, Hécate e Vênus abençoam o começo de mais uma era...
As dores se vão e os amores vem cavalgando com o mensageiro dos deuses...
Um grande alivio, uma bênção que nasce na esperançosa Alvorada num longínquo vôo das Corujas de Hades..."

Cléber Otávio.

Grande Espelho

Ele Voa sozinho sobre o abismo
Os ventos que deslizam sobre seu rosto são sua única companhia
O amor...
Algo distante dele, distante do universo que ele criou para viver.
Medos que paralisam até os seus sons...
Voando ainda na contramão do seus instintos, do seu sentir...
A Dor que traz a mudança que a morte impõe parece-lhe insuportável
mas não há outra saída...
A floresta que ele viveu ardeu em chamas e então
Renovando sua auto-imagem bem como a intimidade do seu eu...

Ele deixou as montanhas solitárias e agora corta o céu rumo a entrada da caverna novamente...
Lá acontece um lindo funeral...
águias ancestrais que voaram sobre os mares distantes do inconsciente
Comemoram a morte daquilo que ele foi...
das cinzas transforma-se novamente numa frondosa e e jovem águia, mais uma vez...
Renascido... sente o medo da pressão enorme que o céu lhe impõe...

O grande espelho das almas reflete a morada dos Deuses em imensa beleza...
Tupã abençoa mais um dos seus filhos com a mãe Terra
e em círculo os ancestrais dançam no ar a comemorar mais uma alma que não se perdeu de suas raízes espirituais...
Sentimentos intocáveis num caminho desconhecido que já se não paralisa pelo medo
Um ego que se dissolve no amor puro que Tupã o deixou no resquício de força que faz sua morada na fé que teima em pulsar em sua alma...

Cléber Otávio