quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Animal de poder


A caminhar...
Desbravo a floresta escura,
pelo instinto sinto sua presença a movimentar minhas pernas
Sinto sua presença em minha alma a me indicar os caminhos...
Um grande e grande Felino,
Negro como eu, uma força manifesta da natureza...
Um espelho que reflete a natureza pura de minha essência...
Por vezes a distância entre o mundo dos sonhos e a realidade ficam longas demais...
Quase inalcansáveis em função do cansaço emocional que me assola em alguns momentos...
Meu animal de poder...
Parte do poder maior que a mim conduz...
Seu caminhar é cauteloso, sensual mas certeiro e lembra me que não há montanha que não possa ser desbravada, nem tempestade que intimide um animal de guerra como eu...
Ao te tocar sou alma, sou fera, menino princesa...
As curvas do teu corpo por vezes são as montanhas que sou desafiado a desbravar...
Agarrado a fera não me perco de minha alma, e com ela permito me perder na imensidão dos teus Abraços, para com os teus lábios despertar o infinito que em mim habita...

Cléber Otávio

sábado, 12 de novembro de 2016

Teia Nefasta


Meu mundo interno se desfez na intimidade do teu sentir...
Os devaneios outrora psicodélicos teceram uma teia nefasta e inalcancavel aos desejos, que se perderam em meio a lucidez...

Por trás do meu peito o coração despedaçou - se com as lembranças...
Por trás dos meus olhos minha alma navegou entre o limiar da loucura e os versos quase lindos da terra do nunca...

Mais uma vez tive que me perder para me encontrar comigo entre buscas,dissabores e prazeres deste templo que a Deusa mãe guardou minha alma...
Meu corpo...

De mãos dadas com a imaginação, no inconsciente coletivo me busquei no âmago do submundo de mim, nas profundezas da mãe terra e lá mais uma vez... a verdade sobre mim se revela no espelho das almas...

Ao ouvir o canto dos pássaros adormeci nesta realidade alternativa de mim para acordar no mundo real...
Ainda torpe de emoções agradeço ao ser supremo, por mais um dia que nasce...

Cléber Otávio

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Lençóis de Estrelas


Chuva a cair no telhado e relâmpagos a iluminar o céu...
A noite escura vestiu seu corpo de riscos e sombras...
Entre o desapego e a saudade sou coberto com lençóis de estrelas vespertinas...
Estrelas do céu que brilham seu olhar em minha janela...
Estrelas do mar que fazem navegar meu sentir em sonhos tão quentes que incendeiam os mares do norte...

Então o Martin Pescador voa em meio as Gaivotas para não queimar suas penas...
Sofro com a distância, mas se posso vislumbrar encruzilhadas nas nuvens pelos olhos das Gaivotas...
Posso pelo ar navegar em teus pensamentos...

Mas não o faço... pois tenho receio de ver o que não quero e minha fantasia se perder de mim...
Mas sei que é no calor de tua pele que habitam meus sonhos, é na ternura de sua boca que me perco em mundos que não sei chegar sozinho... e mesmo que pudesse, certamente não saberia voltar...
Então faço de minha alma meu lar...
E quando tudo se esvair, terminar...
Serei o chão que fará dos teus ossos parte da terra...
te eternizando...
Até lá o Sertão já virou Mar...
Mas sei que na eternidade dos sonhos das almas poderei te Tocar...

E por fim não Haverá aurora que nos impeça de voar...

Até o infinito...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Sentinela das emoções...


Todas as bocas do mundo secaram ao Sol quando te vi sofrer...
Todos os corpos quentes que tocamos, esfriaram no alvorecer...
Ninguém cavalgará mais nas estradas daquele amor nem haveremos mais de temer...

Os cabelos e as figueiras em nossa pele nos elevam a um dolorido lugar no horizonte perdido, a consciência...

Hoje o amor está na sombra da dor
A dor nos faz crescer e a experiência...
Bom... esta nos tirou o dom de mentir... de iludir tudo as voltas de nós...

A esperança renasce num horizonte que estava perdido...
As margens de desejos e fantasias sinto...
Meu coração pulsar junto do calor do seu corpo...
Minha alma esbarrou com a tua em uma dimensão distante e as lágrimas que antes foram de sangue... tingiram de vermelho
um mar de terras distantes...

Os muros que sufocavam nossos corações foram derrubados, pois não podemos ser sentinelas de nossas emoções...

A sofreguidão nos teus olhos fez transbordar minha alma...
Uma solidão pagã anuncia sua chegada...
Os nevoeiros de dores febris se desfizeram junto de todas as maldições...

Por fim é no calor de teu corpo que minhas mãos vão passear mais uma vez...
Longe da terra do nunca
Mas sem nunca perder o encanto de sua magia que em mim habita...

A realidade enfim solidifica o sentimento...
o abrigo quase extinto, dos falos...
Aonde me perco em florestas brancas e estradas de barro...
Por fim, por aqui encerro este lamento... me calo...

Cléber Otávio.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Leviatan... Fúrias Noturnas...


Sua Alma adentra a escuridão do mundo
Ouço os passos da morte a caminhar em sua direção...
Os cães do submundo já dilaceraram seu corpo...

A velhice arde em chamas no breu apocalíptico de um mar sem fim...
Fúrias noturnas de um devir funesto te perseguirão...
Cavalgam nas encruzilhadas marítimas sobre o comando de Leviatan...

Os guardiões do mundo já foram enviados e toda a maldade antes evocada por ti recairá, sobre a alma de quem a evocou... você...

Fúrias no mar em chamas...
A noite é a única realidade de um mago quando ele sucumbi a escuridão em vida...
Boa Viajem...

Alma Atlanti.

domingo, 30 de outubro de 2016

Jamais Existirei de novo...


O tempo passou e nada parece ter mudado em minha aura....
O tempo passou e nada parece ter mudado em meu peito...
O tempo não passou em algum lugar,
mas apenas nós passamos...

Vejo o início, vejo o fim desta era,
Deste Sol que um dia irá se apagar para tudo ser escuridão novamente....

E quando tudo voltar pra escuridão, tudo recomeça...
Mais uma vez...
e então será que algum dia existiu?
Será que algum dia deixou de existir?

Sou imortal, pois na dimensão que meu espírito foi criado, não há tempo...
Então como universo nunca deixei de existir e jamais existirei de novo....

Cléber Otávio.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Não entre docilmente nessa noite escura ( tradução do texto original)


Não entres docilmente nesta noite serena,
Porque a velhice deveria arder e delirar no termo do dia;
No fim ainda que oa sábios aceitem as trevas,
Porque se esgotou o raio nas suas palavras.
Eles não entram docilmente nesta noite serena.
Homens bons que clamaram, ao passar a última onda, como podiam.
O brilho das suas frágeis ações ter dançado na baía verde.
Odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E os loucos que colheram e cantaram o vôo do Sol e aprenderam muito tarde, como feriram no seu caminho, não entram docilmente nessa noite serena.
Junto da morte, homens graves que vedes com um olhar que cega.
Quando os olhos cegos fugiriam como meteroros e seriam alegres,
Odiai, odiai a luz que começa a morrer.
E de longe, meu pai, peço-te que nesta altura sombria venhas beijar ou amaldiçoar-me com tuas cruéis lágrimas.
Não entre docilmente nesta noite serena.
Odeia, odeia a luz que começa a morrer.

Dylan Thomas
(Tradução Fernando Guimarães)