domingo, 3 de janeiro de 2016

Teatro



"... teatro é o reflexo invertido de uma realidade velada,
portanto atuemos sempre...
pois entre máscaras e dissabores,
talvez tenha um espaço para você ser você mesmo..."

Cléber Otávio.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Ainda Sinto


Mesmo em meio a Guerra não posso deixar de pensar no amor...
Nas noites frias, nas noites quentes que dormi sem o teu calor
não posso deixar de pensar na saudade transoceânica
que me assaltava nos bosques sombrios de dor e solidão...

Ainda sinto o gosto dos teus lábios...
Ainda sinto tuas mãos a passear no meu corpo...
Ainda sinto o teu coração junto ao meu
... a bater acelerado como se o ar fosse faltar...
como se o mundo fosse acabar
e não tivéssemos tempo de gozar mais um dia...

Ainda sinto o pesar de tua vergonha
que nos mantém afastados como se vivêssemos em planetas diferentes...
Ainda sinto tua falta...
mas o horizonte muda, conforme o caminhar
e eu ainda sinto esperança de que dias melhores virão...
e quando a estrela vespertina despontar entre o oceano e o vôo inconstante das gaivotas
vou dizer ainda sinto saudade de ter saudades tuas...
Saia e volte em um mês...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Um Anjo



Um dia um anjo pediu a um menino para cuidar de uma caixa, recomendou a ele que não a perdesse de forma alguma,
que nunca deixasse que ninguém a levasse pois o que tinha na caixa era algo muito valioso que ele deveria cuidar como se fosse sua vida
sendo sua missão jamais deixar que qualquer coisa a estragasse...

Com o tempo o que era menino se fez homem, e o que era desejo se fez paixão e no caminho entre as paixões, os desejos e a invenção do homem ao qual chamou moral, a caixa se perdeu...

O homem quando deu falta da caixa, imediatamente se lembrou das palavras do anjo e quando olhou para o lado sua paixão se desfez como os castelos de areia com o vento, seus desejos se distanciaram e a felicidade que tanto procurou em sua vida, não conseguia mais sentir...

Um imenso vazio lhe invadiu alma e não suportava mais a dor de estar vivo...
Então como se compusesse um sonho o anjo apareceu novamente... Com a caixa que ele havia perdido... e lhe disse:
- Você alguma vez abriu a caixa?
- Não, respondeu o homem
- Então Abra!

Ao abrir o homem visualizou uma luz, que irradiava cores lindas como o por do Sol... Não podia toca-lo, mas ao se deparar com aluz sentia um bem estar tão grande que não podia traduzir em palavras... apenas sentir...

Então falou o anjo:
A luz da caixa é o amor, é maior que suas paixões, seus desejos, ou invenções por vezes desequilibradas como a moral dos homens...
Buscaste tanto isso nos outros e nunca olhou para o que carregavas contigo, quando o perdeste, junto com ele foram embora a esperança, a fé e tudo que move sua existência, pois sem amor não há nada além do imenso vazio...

Se você esqueceu do amor... do amor próprio, do amor pelo próximo, do amor pelo mundo e tudo que o compõe, não tem mais sentido estar vivo...
Renasça... e não o perca desta vez...

Cléber Otávio

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Felicidade

Não sei se a minha felicidade acontecerá pelo reflexo da Luz de Deus ou por sua Sombra...
Sei que quero vive-la hoje...
Sombras que se fazem seu sopro no âmago do mundo...
Felicidade que se faz seu verbo quando deixamos...

Eu sou a Felicidade quando contemplo o horizonte e me torno parte dele mesmo que seja por instantes...
Eu sou a felicidade quando me permito ser instrumento da grande arte...
Quando me faço rio ao senti-lo...
Quando me faço vento ao vislumbrar a paisagem pelos olhos das gaivotas...

Eu sou a felicidade quando minha entrega me coloca em comunhão com a velha alma do mundo...
Mesmo que seja por instantes apenas...

Sou a felicidade quando estou em fusão com minhas sombras
mas não a sigo por caminhos que me levam ao desespero...

Pois minha fé superou meus medos hoje
portanto a felicidade em toda plenitude de sua poesia
conduz minha alma pela imensidão do infinito
e também conduz meu corpo as mais ternas e tórridas paixões...

Cléber Otávio

Corri Tanto

Corri tanto pela vida afora
Corri tanto como sonhador e só os alcancei por ter paciência...
Corri tanto como filho, apenas para esbarrar mais tarde na desonra...
corri tanto como religioso pra só ter acesso quando estava pronto...
corri tanto como parceiro mas a morte muitas vezes superou o amor e deixando meu caminhar solitário
Corri tanto como amante pra perceber que a solidão nem sempre é um fardo, mas sim uma benção...
Corri tanto ao dirigir meu carro, ao dirigir minha vida, que quando bati, fiquei paralisado...

Corri, corri, corri, para hoje ter a certeza que se eu fosse mais devagar
Não seria eu...
Pois gosto de andar rápido..
no entanto se eu andasse mais devagar...
Teria impactos menos violentos...
teria apreciado mais as paisagens internas ou os horizontes que a vida apresenta...
Teria gozado mais...
Teria amado mais intensamente...

Por fim talvez tivesse vivenciado a felicidade e o amor de forma mais plena,
aproveitando cada momento

Corri tanto e só agora vejo que a felicidade por vezes
é apenas apreciar e estar grato a tudo que eu puder tocar, sentir, ouvir, abraçar, etc...
corri tanto que me dei conta que já não lembrava mais por que corria tanto...
então hoje ando mais devagar
e amanhã este poema
Será apenas mais uma lembrança do que fui...

Cléber Otávio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

DJ Emotion


Junto as muitas músicas como se fossem palavras e frases de um grande texto...
O sentir
Destrincho o meu peito em cada canção
Olho para o público que reflete meu interior
Sua beleza e escuridão infinita...

Com o olhar, com gestos corpóreos digo ao povo:
Dancem com os meus sentimentos...

Momento...
Vislumbro minhas sombras e medos e lhes digo:
Dancem comigo...
Mas não me toquem...

Cléber Otávio

Sombras



...Quando a escuridão se impor em meio a tempestade,
não se preocupe...
Pois sem luz, as sombras desaparecem...

Cléber Otávio.