sexta-feira, 30 de março de 2018

Tempo Perdido...


Tempo Perdido
Tentar Tocar - te é como tentar tocar o tempo...
Tentar alcançar -te é como tentar sentir o tempo no êxtase do coito...
Tentar entender -te é como correr atrás de tempo que já passou...
Ganhar o seu tempo ou sua atenção é como viver a escuridão de um tempo perdido...
Um tempo em que as promessas e as honras diante do amor eram reais...
Amar -te é como correr contra o tempo no momento do atraso...
é impossível e triste como amar a dor...
Sei pouco sobre o amor, mas aprendi que quando ele dói mais do que afaga talvez seja por que amo a luz de uma estrela que já se apagou...
Talvez seja por estar vivendo num tempo que já não existe...
Talvez minha sina seja como o amor e o tempo que podem andar juntos sem jamais se tocar...
Então senhor do tempo ensina - me a amar no tempo certo pois quando se trata de amor eu sempre me perco no tempo...

Cleber Otavio

domingo, 18 de março de 2018

Agora Não


O céu incendiou depois que você passou
O mar se revoltou e as avenidas que lhe conduziam ao meu coração foram bloqueadas pela ignorância...
As montanhas que antes eram paisagem
Agora são o chão que piso...
Nas asas de meu guardião sobrevôo os vales esquecidos pelo amor...
Nas armas de Marte me refaço das dores que esta guerra causou...
E então lhe digo...
Agora não...
Pois quando o Sol se apagar seu amor não terá mais valor...
Quando meu corpo mudar de novo eu vou lembrar de sua vergonha...
Quando o mar incendiar e o céu ficar vermelho
Ou mesmo quando o finito se tornar infinito estarei flutuando por outros mundos e não sei se esta dimensão existirá...
No entanto aprendi com Fernão que enquanto o amor depender de coisas como tempo ou distância...
Não poderei amar realmente ninguém...
Então me diga...
Agora não?

Cleber Otavio

sexta-feira, 9 de março de 2018

Cansaço

Que cansaço...
prefiro agradecer sempre a reclamar.
Mas tem dias que sinto que faço tanto por tanta gente e...
Para fazer por mim...
Tenho a mim mesmo para sacrificar...

Estou cansado do pagamento afetivo vazio que sinto de tantos esforços...
Estou cansado de me doar tanto e caminhar sozinho sempre...

Mesmo acompanhado, me sinto só, não consigo me sentir tocado sem desejo...
Tudo em minha volta clama por minha presença...
Todos me querem,mas ninguém pergunta sinceramente como estou...

Estou cansado disso.
Estou cansado de não poder viver o sinto...
Estou cansado de ter que me conter...
De apenas sobreviver ou viver a sombra da boa vontade ou provação do infinito...

Estou cansado...

Cleber Otavio.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Escolhas


Insano e fortemente voraz...
Lindo,com vertentes de paixão
Intocável e quente como um turbilhão de massa vulcânica que transborda em sua fúria...
Assim é o que sinto...

Atravesso todos os dias a escuridão do limbo,
Desbravo todo o Umbral que em mim habita para te encontrar no fundo de mim...

Sobrevôo com as corujas gigantes de Hades o extenso submundo e por ele sou provado todos os dias até o limiar miserável da escuridão nefasta da alma do mundo...

Todos os dias com a espada dos grandes guerreiros venço os meus demônios internos...
Com o escudo da grande dama dos furacões me defendo das sabotagens que meu subconsciente me impõe...
E...
A cada amanhecer que acordo pela manhã ao teu lado sei que a loucura não me alcançou naquele dia e tenho então mais 24 horas a liberdade de te amar...

Cleber Otavio.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Última Aventura



Longe ao mar...
Da grande senhora
Como gaivota alço vôos longínquos...

Vejo o pai Sol se deitar sobre as águas
E a mãe Lua levantar -se majestosa no horizonte como se fosse a última vez...

Como se não houvesse um amanhã eu vôo para a liberdade da alma...
Como se não houvesse amanhã eu busco horizontes novos, dantescos para uma última aventura...

O amanhã passou e se tornou ontem, mas continuo como se fosse o último vôo, como se fosse o último suspiro de uma gaivota ávida por um amanhecer que pode nunca chegar...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Mais Livre

Silêncio...
As florestas que conjuro magia
E por ela me perco
Para me encontrar no fundo de mim...

Mantra...
Minhas dores se dissolvem
E reforçam a armadura que me veste...

Sangue...
Sobrevôo a montanha solitária
para mostra la a ele...
A vermelhidão do entardecer traz sinais de sacrifício no oeste...

Doce...
A doçura terna de me tornar paisagem
Faz se gozo pela percepção
De me grandioso apenas pela entrega...

Mar...
Na escuridão de sua profundidade
Vislumbro meu subconsciente...
Nu e cru...
Escuro e inexplorado como
As virgens florestas Amazônicas...

Fim...
Um dia suas forças acabaram...
Ele deixou a carne,alimentou a terra com seus restos para renascer outrora...
Mais livre...

Cléber Otávio.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Mundo Circo


É para algumas coisas, não tem o que fazer. por mais que eu me esforce,
nunca vou atingir o ideal de ninguém , nem o meu. Não serei bom pai o suficiente, não serei bom filho o suficiente...
Não serei um bom irmão, nem tão pouco padrinho ou amigo...
Talvez eu nunca seja um bom namorado ou amante e mesmo comigo talvez eu não seja tão bom quanto poderia...

Mas...
Quando eu morrer, aí sim, serei bom...
aí meus irmão verão o quanto eu era legal, meus afilhados se lembrarão de minhas sugestões...
Meus pais lembrarão o quanto fui esforçado apesar de todos os defeitos que tinha,
Meus filhos se lembrarão de quanto eu me privei para dar-lhes atenção e das muitas coisas que falei antes de acontecer...

Quando eu morrer meus amigos falarão como eu era engraçado e espontâneo, e chorarão todos dizendo que eu era muito novo ainda, que era um bom homem e que talvez por isso tenham me chamado...
Quando eu morrer talvez meus amantes, talvez meu namorado se culpem por não ter me curtido mais, por não ter visto todas vezes que disse o quanto lhes gostava da minha maneira, talvez fiquem tristes por não ter me dado o devido valor e quando se aperceberem o quanto eu era movido por paixões talvez queiram morrer ao ver que eu gostava mesmo era de mim... Mas horava cada relação que me dispunha a viver...
Talvez eu só seja o professor ideal quando eu morrer... então lembrarão de mim das muitas aulas loucas, histórias , dinâmicas e falas alternativas e afirmativas...
Talvez aí meus poemas e músicas ganhem valor, alguns se imortalizem pelos olhos de quem os possa entender...

Por fim quando eu morrer os tambores Celtas tocarão cantigas bonitas a Deusa mãe e ao Deus pai, os bruxos dançarão em volta do fogo como faziam para os grandes mestres de outrora...
os seguidores de indios e caboclos cantarão para as entidades de guerra e lembrarão das lindas manifestações mediúnicas aconteciam através de meu corpo...

Quando eu morrer os tambores africanos rufarão tristes, os Orixás chegarão chorando, Ogum Megê e Obá dançarão em volta dos meus restos, Babalorixás e Yalorixás se lembrarão de mim com bons e maus olhos e eu estarei rindo de tudo e todos, pois vou na hora que a grande mãe me chamar apenas...

Penso em tudo isso como grande Piada da grande palhaça que criou o universo que brinca e se diverte muito com o valor que criamos para as coisas...
Muitos dizem te amo aos que mal conhecem e não dão valor aos que realmente amam...
Muitos olham a cor dos que nascem, dos que lutam, mas não olham para a pessoa...
Muitos julgam o outro pela sexualidade, mas negam a sua...
Muitos vivem tudo que há em volta de si e não olham para quem caminha ao lado...
Muitos projetam seus sonhos no outro e se frustam quando se dão conta que cada um faz da sua vida o que quiser...

Muitos se surpreendem ao cair até perceber que não há controle de nada...
Por fim muitos foram os que me tocaram e de alguma forma se deixaram tocar por mim ao conviver, mas nunca serei bom ou bonito o bastante pra ninguém...
Mas quando eu morrer...
bom aí serei perfeito, não tenho nenhuma pressa em rir de tudo isso
Porque o tempo também é uma piada, pois a tudo desgasta e envelhece, menos ele...
hahahahahahahaha

Cléber Otávio