quarta-feira, 10 de maio de 2017

Íntimos Jardins

Pensamento ao longe a plainar sobre a relva...
Orquídeas e margaridas se assanham a sombra do meu vôo e alguns animais se escondem...
A desconfiar de um grande predador...
Inocentes...

Sinto ao longe o pulsar galopante do seu sentir...
Que a mim não chega, pois se perde na imensa trama social que estás preso...
Ora aprisionas te por medo ora por covardia...

Como guerreiro iniciado, não conheço o medo...
Filho das sombras, sou o temor do medo, sou o temor da malícia dos indignos...
Sou o espelho da Deusa e por ele vejo seus olhos a buscar me na imensidão dos teus horizontes internos...

E assim findo mais uma era
mais uma vez o amor perdeu para o temor...
E assim sigo sozinho na companhia de mim e
da busca de encontrar alguém que me receba em seus mais íntimos jardins...

No tapete de estrelas que cobre nossas cabeças revivo dias de glória de Lotlórien...
Bendito seja a magia dos bons guerreiros e que de sua força eu jamais me perca...

Cleber Otavio.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Jogo de Luz


Todo o Sentimento que estava preso se soltou...
Libertou-se
Todas as mentiras vieram à tona
Tudo que estava escondido foi revelado...
Olho pelas Janelas de minha mente
e me assusto com o reflexo de minhas dores, de meus temores
Olho para as as águas obscuras do meu inconsciente e espero apenas monstros...
No entanto Há uma monstruosa força que me guia...
que me faz forte perante meu pior inimigo...
EU...

Não Cresce nada nos campos da solidão,
Não há ninguém lá, além da multidão de cegos que alimentam sua alma com a culpa que lhes ensinaram a cultivar...
Lá os líderes espirituais fingem celibato para ter a confiança das pessoas
outros se dizem mensageiros de um Deus que não tem nada haver nada além de sofrimento por simplesmente existir,
culpa por simplesmente sentir, pois naquele mundo é proibido sentir, é proibido falar dos seus sentimentos, pensamentos ou desejos...
Então todos estes cegos se alimentam da ilusão de viver em uma moral inventada por alguém cujo ego lhe dava a vaidade de se sentir no direito de mudar o mundo e deixa-lo a sua imagem...
Não mais a Imagem da Deusa...

Posso viver em conformidade com qualquer grupo, mas não deixarei de ser eu,
Não matarei, nem violentarei, neste dia por que quando a sombra avança eu não fujo,
Eu Jogo luz em seus domínios, mas isso não me faz melhor, e não me isenta de ter pensamentos e desejos insanos,
Mas não é isso que dirá quem eu sou, e sim quem eu decido ser diante deste Cléber que eu muitas vezes, nem reconheço...
e assim vivo um dia de cada vez, leve, e livre, pois não me joguei na senda do autoconhecimento para continuar escravo...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Pétalas Brancas


Acordo pela madrugada com sua voz a chamar-me...
Entras porta a dentro e sua ternura me invade...
Como a água que preenche os espaços por onde passa.

Já a tarde... me acordo com cobertores vivos a acariciar-me..
Minhas mãos passeiam pelas curvas do seu corpo e por ele me perco de meus anseios...
Por ele me encontro com minha forma mais bonita em espaços dentro de mim que só vou quando contigo estou...

Canto baixinho no teu ouvido
e adentro as quentes furnas de sua carne...
Nossas respirações aceleram até o êxtase que explode em pétalas brancas...
E mesmo que os compromissos me chamem
fingo que não estou e ali fico, com os meus lábios nos teus...

Enroscado na eternidade bonita do teu ser...
E assim me desfaço...
e assim me refaço...
para mais um dia...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Poesia Perdida


Ouço o galope do seu cavalo...
Ora ao longe
Ora em minha volta...
as avenidas e ruelas dentro e fora de mim
sempre me levam a felicidade...

As minhas dores se esvaíram como as brumas expostas ao calor do Sol...
Minhas fantasias se perderam nos portões do submundo...
E a lucidez arde minha alma
e invoca para a escuridão da origem
a criança interior que em mim habita..

A Terra do nunca é o Refúgio que vivo quando a paisagem perde as cores...
quando minha alma se distancia da força
e por instantes não reconhece a beleza e a poesia do arco íris que existe no longuínquo horizonte

Apenas mais um dia...
apenas mais um corpo vazio que se perde...
Meu quarto está cheio apenas de mim...
e isto me basta...

Pois quando me permito ser o verbo de minha origem
me encontro comigo e toda a poesia perdida volta a me compor...
Como uma armadura...
e com estas vestes, simplesmente existo,
Simplesmente vivo um dia de cada vez...

Cléber Otávio

sexta-feira, 10 de março de 2017

Existir


Vem de lá...
das profundezas da noite o sentir...
vem de lá
das profundezas do infinito a inspiração para a poesia...
é de lá que viemos...

Da Escuridão disforme da sombra da mãe Lua...
Entre os dentes afiados do dragão
e a beleza Lírica dos felinos
nos encontramos...

Cavalgo...
Ora pelas Nuvens,
ora pelas ondas do mar negro
A correnteza dos rios de nossas vidas
se fará mar novamente em seu ápice...

Então quando as brumas se dissiparem,
tudo volta a pureza de sua origem...
Cada um de nós é verbo do ser supremo
quando nos permitimos existir realmente...
Por fim, o que é existir pra você?

Cléber Otávio.

Passageiro

Passam por aqui
Senhoras,
Crianças,
Rapazes e moças
Casais e até animais...
Passam também aventuras,
Conquistadores,
Sonhos de alegria e de profunda tristeza por trás de cada par de olhos que me observa...
Mas até os minutos galantes e falantes de uma conversa sensual se desfazem ao final da viajem...
Enfim...
Para um motorista que transporta pessoas?
Ah... tudo na vida é passageiro...

Cleber Otávio.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Poetisa da noite



"...Distante dos poemas de morte, admiro o misto de cores na linha do horizonte...
Enquanto a grande poetisa do universo se deita sobre o mar, me inspiro...
e nas trevas da noite me deito em vestes de Lua a fim de banhar me de bênçãos em sua fria Luz...

Cleber Otávio.