quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Jera...


Flutuação em estado de emergência é aonde navegam as minhas lembranças....
Lá... aonde se pode tocar o infinito
Lá... aonde o arco iris termina de ligar o céu e a terra...
Lá aonde os sentimentos ganham forma...
Todos os caminhos me levam ao templo sagrado que carrego...

No espaço aonde navegam minhas memórias e desejos a realidade do meu interior se transforma e tudo parece mudar o sentido por instantes...
Tudo parece mudar...
Pégasus sobrevoa a floresta sagrada e os Séfiros anunciam junto de Diana os confins de uma era que encontra seu fim em mim...

As corujas me acompanham e então chego ao meu destino...
O fim...
O começo...
E então no reino dos mortos purifico meu ser...

Pela chama sagrada dos guardiões que estilhaçam as sombras que ainda restaram...
Uriel invoca as chamas da criação e por fim renasço...
Mais uma vez...
Em vida...

Como bom xamã danço com minhas sombras... corro ao lado do desespero para não esquecer quem fui e porque me vigio como um lobo que uiva no alto da montanha...
Uivo pra mãe Lua e em sua luz me encontro comigo para nunca mais me perder de mim...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Este Sou Eu...



Ele caminha pelos vales e montes infinitos do nunca a perseguir seus sonhos
Sonhos que se perderam no nevoeiro espesso que se faz cortina dos mundos que sua alma passeia antes de voltar ao corpo á noite...

Seu querer parece distante...
A esperança vem na luz de um moribundo espiritual
Seu menino...
que buscou tantas vezes seus abraços em corpos doentes que adoeceu também...

A volta...
"... O quão profundo é o seu amor ele questiona ao menino?
Como o Oceano?
esta é sua devoção?
Quão profundo é o seu amor?
Como o Nirvana?"

Sandra Chambers canta versos de amor no rádio...
estilhaçando ainda mais seu peito
Pelo telefone um lamento de dor de um irmão, lhe traz a lucidez,
na dor do outro ele se encontra e num desespero coletivo de carência
da dor Renasce o amor...
O lamento dá um novo caminho...
Leva ao santuário dos Deuses, o amor que nasce das flores da temperança...

Que corre em cavalos negros aprofundando-se na noite escura de uma ignorância infantil
sobre o desconhecido amor que se revela no despertar das almas...
Então eles descobrem que estavam mortos, cegos, errantes,
vítimas de um querer pueril que os distanciou da fé, do amor de si mesmo ou da energia que os criou...

A moral estúpida dos homens
os afastou deles, de sua pátria mãe...
De quem eles realmente eram...
desaprender a sentir fez com que eles esquecessem de quem eram
fez com que chamassem de minha vida uma vida que não era sua
fez com que tomassem dores que não eram suas..
Mas de tudo que os circundava, seus amigos, familiares, filhos...
todos o culpavam por eles serem eles...
Por isso se perderam de si....
só se reencontraram consigo mesmos, quando reencontraram um ao outro...

O medo, o avesso das fantasias se desfará nos encantos da paixão,
As montanhas cairão
O mar que antes ardia em chamas agora é apenas água salgada...
Os corpos que antes eram carne e ossos a espera da morte física
agora eram veículo da vontade dos deuses...
Poesia em verso e prosa que ecoam no infinito
Simplesmente ele, simplesmente Ele...
Enfim Eles,vivendo e vibrando como se fossem apenas um
sem jamais perdem a grandeza da individualidade
e a verdade por trás dos seus olhos...

Este Sou Eu...
esta é uma fotografia do que vivo em meu interior neste momento
Talvez não seja uma aspiração, mas apenas um retrato falado do que sou agora...
A poesia é apenas o reflexo não apenas do que sinto ou intuo, mas daquilo que vem de algum lugar invisível e em minha alma reflete...

Este sou eu...
Meus anseios, meus desejos, minha dor e meu amor...
Para muito sou apenas mais um insano carente...
Mas já não me rendo ao julgamento ignorante de tudo que me cerca,
e tão pouco tenho a inocência de idealizar coisas tão grandiosas como o amor...
idealizo apenas a mim mesmo...

Este sou eu...

Cléber Otávio.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Animal de poder


A caminhar...
Desbravo a floresta escura,
pelo instinto sinto sua presença a movimentar minhas pernas
Sinto sua presença em minha alma a me indicar os caminhos...
Um grande e grande Felino,
Negro como eu, uma força manifesta da natureza...
Um espelho que reflete a natureza pura de minha essência...
Por vezes a distância entre o mundo dos sonhos e a realidade ficam longas demais...
Quase inalcansáveis em função do cansaço emocional que me assola em alguns momentos...
Meu animal de poder...
Parte do poder maior que a mim conduz...
Seu caminhar é cauteloso, sensual mas certeiro e lembra me que não há montanha que não possa ser desbravada, nem tempestade que intimide um animal de guerra como eu...
Ao te tocar sou alma, sou fera, menino princesa...
As curvas do teu corpo por vezes são as montanhas que sou desafiado a desbravar...
Agarrado a fera não me perco de minha alma, e com ela permito me perder na imensidão dos teus Abraços, para com os teus lábios despertar o infinito que em mim habita...

Cléber Otávio

sábado, 12 de novembro de 2016

Teia Nefasta


Meu mundo interno se desfez na intimidade do teu sentir...
Os devaneios outrora psicodélicos teceram uma teia nefasta e inalcancavel aos desejos, que se perderam em meio a lucidez...

Por trás do meu peito o coração despedaçou - se com as lembranças...
Por trás dos meus olhos minha alma navegou entre o limiar da loucura e os versos quase lindos da terra do nunca...

Mais uma vez tive que me perder para me encontrar comigo entre buscas,dissabores e prazeres deste templo que a Deusa mãe guardou minha alma...
Meu corpo...

De mãos dadas com a imaginação, no inconsciente coletivo me busquei no âmago do submundo de mim, nas profundezas da mãe terra e lá mais uma vez... a verdade sobre mim se revela no espelho das almas...

Ao ouvir o canto dos pássaros adormeci nesta realidade alternativa de mim para acordar no mundo real...
Ainda torpe de emoções agradeço ao ser supremo, por mais um dia que nasce...

Cléber Otávio

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Lençóis de Estrelas


Chuva a cair no telhado e relâmpagos a iluminar o céu...
A noite escura vestiu seu corpo de riscos e sombras...
Entre o desapego e a saudade sou coberto com lençóis de estrelas vespertinas...
Estrelas do céu que brilham seu olhar em minha janela...
Estrelas do mar que fazem navegar meu sentir em sonhos tão quentes que incendeiam os mares do norte...

Então o Martin Pescador voa em meio as Gaivotas para não queimar suas penas...
Sofro com a distância, mas se posso vislumbrar encruzilhadas nas nuvens pelos olhos das Gaivotas...
Posso pelo ar navegar em teus pensamentos...

Mas não o faço... pois tenho receio de ver o que não quero e minha fantasia se perder de mim...
Mas sei que é no calor de tua pele que habitam meus sonhos, é na ternura de sua boca que me perco em mundos que não sei chegar sozinho... e mesmo que pudesse, certamente não saberia voltar...
Então faço de minha alma meu lar...
E quando tudo se esvair, terminar...
Serei o chão que fará dos teus ossos parte da terra...
te eternizando...
Até lá o Sertão já virou Mar...
Mas sei que na eternidade dos sonhos das almas poderei te Tocar...

E por fim não Haverá aurora que nos impeça de voar...

Até o infinito...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Sentinela das emoções...


Todas as bocas do mundo secaram ao Sol quando te vi sofrer...
Todos os corpos quentes que tocamos, esfriaram no alvorecer...
Ninguém cavalgará mais nas estradas daquele amor nem haveremos mais de temer...

Os cabelos e as figueiras em nossa pele nos elevam a um dolorido lugar no horizonte perdido, a consciência...

Hoje o amor está na sombra da dor
A dor nos faz crescer e a experiência...
Bom... esta nos tirou o dom de mentir... de iludir tudo as voltas de nós...

A esperança renasce num horizonte que estava perdido...
As margens de desejos e fantasias sinto...
Meu coração pulsar junto do calor do seu corpo...
Minha alma esbarrou com a tua em uma dimensão distante e as lágrimas que antes foram de sangue... tingiram de vermelho
um mar de terras distantes...

Os muros que sufocavam nossos corações foram derrubados, pois não podemos ser sentinelas de nossas emoções...

A sofreguidão nos teus olhos fez transbordar minha alma...
Uma solidão pagã anuncia sua chegada...
Os nevoeiros de dores febris se desfizeram junto de todas as maldições...

Por fim é no calor de teu corpo que minhas mãos vão passear mais uma vez...
Longe da terra do nunca
Mas sem nunca perder o encanto de sua magia que em mim habita...

A realidade enfim solidifica o sentimento...
o abrigo quase extinto, dos falos...
Aonde me perco em florestas brancas e estradas de barro...
Por fim, por aqui encerro este lamento... me calo...

Cléber Otávio.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Leviatan... Fúrias Noturnas...


Sua Alma adentra a escuridão do mundo
Ouço os passos da morte a caminhar em sua direção...
Os cães do submundo já dilaceraram seu corpo...

A velhice arde em chamas no breu apocalíptico de um mar sem fim...
Fúrias noturnas de um devir funesto te perseguirão...
Cavalgam nas encruzilhadas marítimas sobre o comando de Leviatan...

Os guardiões do mundo já foram enviados e toda a maldade antes evocada por ti recairá, sobre a alma de quem a evocou... você...

Fúrias no mar em chamas...
A noite é a única realidade de um mago quando ele sucumbi a escuridão em vida...
Boa Viajem...

Alma Atlanti.