quinta-feira, 30 de junho de 2016

Estações



Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Rodas


Rodas que levam a sonhos dantescos e intangíveis...
Rodas que traduzem sonhos
Rodas que viajam no tempo e desfazem as brumas da ignorância...
Rodas que simplesmente giram
Sempre em busca de felicidade...

Cléber Otávio.

sábado, 4 de junho de 2016

Sigur Rós


Adormeço entre o pranto triste de minha realidade e
o suave balançar sobre rodas que giram psicodélica e enlouquecidamente nas estradas da vida
Adormeço para a realidade para acordar no mundo dos sonhos...

Acordo cavalgando com meu pajem em um unicórnio alado...
Branco como as nuvens ele sobrevoa a terra do nunca...
Seus vales, riachos e casas élficas...
Lindas em árvores frondosas e onipotentes como a mãe Terra

Me olho no espelho das águas do Rio... e vejo que na terra do Peter pan,
sou como o pajem que me acompanha...
Um menino doce e inocente...

Então corremos nus pelo vale encantado e nos transformamos em pássaros...
Gong e Milano...
Em instantes percorremos a eternidade dos sonhos e
em êxtaxe gozamos ser parte da inspiradora paisagem pintada pelas mãos de Deus...

Pousamos em Sigur Rós...
Nossa casa, Já meninos novamente...
brincamos, subimos no topo da árvore mais alta ver no cais do Porto Solimões
O Pai Sol deitar-se sobre o mar...

A aurora plena misturava cores infindáveis entre o céu e o mar...
O vermelho, o laranja
o azul, amarelo, rosa e também o roxo
se misturavam no céu e refletiam sua beleza na imensidão do mar verde da grande senhora...

Lá no alto, do outro lado, Lua, a Grande mãe, despontava linda e crescente
como era nossa felicidade por simplesmente existir...

Ao pé de um abacateiro o Velho Bará contava histórias e
em sua narrativa desvendava os segredos das Brumas de Avalon...

A noite caiu e no caminho para nossa refeição noturna Fausto anuncia a abertura dos portais...
Entre o Lixo e o fim das matas da floresta levanta-se uma mendinga esfarrapada...
Nos assustamos de imediato, mas ao fixar o olhar vemos as flores que ela traz
Um grande buquê...

Logo ela se transforma em uma linda princesa e todo lixo...
aquela imensa montanha transforma-se num pequeno castelo.
E a princesa negra sauda-nos.
Apenas por nossa inocência, pois para quem carrega maldade... ela é apenas uma mendinga...
Mulambo pegou cada um de nós pela mão e nos guiou até o banquete...
Após banquetearmos junto de nossos irmãos, ela nos colocou de volta na garupa de Pégasus novamente...

Choramos como se a saudade já estivesse velha em nosso peito...
Mas ainda assim cavalgamos no céu estrelado
para ser o despontar de nossos sonhos em nova áurea aurora...
Cujo a névoa espessa parecia aprisionar o horizonte...

Já as portas do Submundo... Plutão , o Grande pai nos recebe...
Já não somos mais meninos ou tão pouco inocentes...
Envelhecemos, mas meus cabelos brancos ainda carregam a ternura colorida deste poema...

Adormeço nos sonhos com meu pajem para acordar neste mundo mais uma vez...
Mais uma vez...
Em terna gratidão ao senhor da guerra por manter a chama da juventude acesa em mim...
A senhora dos ventos, pelos dantescos sonhos que me fazem encontrar comigo como gosto de ser...
Por não deixar a saudade de mim envelhecer em meu peito ou em minha alma...
Gratidão Grande espírito...

Cléber Otávio

Sina de Prometeu


Acordo mais um dia e meus lençóis são de solidão,
mas não há pesar em meu leito
tão pouco em meu peito...
Mas sim, as lembranças do teu cheiro...
do teu gosto
e da alegria que outrora me trouxeste...

Acordo mais um dia e toco o infinito na eternidade do meu sentir...
Em horizontes internos vejo pares de olhos desejantes de mim
e lá me encontro...
Lá me perco...

Me encontro com meu Deus, com minha Deusa...
Me perco dos meus demônios internos...

Ora me encontro para me perder
ora me perco para me encontrar...
em lençóis que muitos vezes são cheios apenas de mim...
Ora sentem falta de tuas carícias, enfim...
do toque...
do cheiro da malícia...
Que exala pelo quarto ao amanhecer em meus braços...
e da felicidade que vejo por trás dos olhos teus...

Caminhar pelas brumas dos sentimentos em imenso Apogeu...
de vivências e ilusões...
Beijos quentes na eterna sina de Prometeu...
Um poema Licérgico que em sua simplicidade retrata simplesmente...
Tu e eu...

Cléber Otávio


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dantesca Temperança



A Luz e a Sombra são a realidade de todo Bruxo...
Minha alma vaga em um imenso vazio...
Flutua pelos ares como o vento, desbravando o infinito...
Livre... livre como o todo

Entre o inconsciente coletivo e a pangéia Psicodélica que me rege
ecoa pelos ventos, tua voz...
Torpe, aguda como são seus sonhos de ilusão e desespero...

Nossas forças se fundem na entrega apaixonada de nossos corpos
e no vai e vem dos desejos a saudade se perde nos lençóis
que outrora foram de solidão funesta...

Em meu cavalo...
Cavalgo pelos campos verdes em Marte e assim sonhamos encontrar o teu...
O grande senhor dos animais anuncia sua chegada
abre os portais do seu mundo em dantesca Temperança...
Seus demônios são banidos, sua luz ilumina os porões sombrios de dor e despero
E na nova aurora Renascemos...

O horizonte se faz arco - íris e nossos lábios finalmente se encontram...
Mais uma vez...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Naquela Sala

Naquela sala os horizontes são maiores do que aqueles que se vislumbram nas mais altas montanhas...
Naquela sala cada rosto é um espelho desfigurado...
Que só vejo com clareza ao chegar perto...

Naquela sala todas as faces lembram uma parte de mim....
Todas as palavras são expressões de um poder maior...
Naquela sala ó silêncio é sagrado
E por trás de cada par de olhos vislumbro o infinito...
Naquela sala todas as dúvidas viram certezas
Por fim entre a fé e o desespero
Repouso minha esperança em dias melhores...

Cléber Otávio.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Despontar



Entre bocas e batidas
Ecoa na rouquidão do messias
Versos de amor
Versos de paz...

Entre o infinito e o calor do teu corpo me perco...
Me encontro
Algures...
Longe de tudo e de todos,
Perto de lugar nenhum...

Um lugar que pode ser acessado
Verdadeiramente...
Apenas por loucos
Por crianças
Ou mesmo por alguns animais...
Meu coração...

Lá nos deitamos sobre o gramado
E colhemos flores nos jardins da felicidade...

No despontar da aurora
nossos lábios se encontraram...
mais uma vez...

Entre o seu despontar
e o ápice da terra do nunca
situam- se orgasmos múltiplos
Situa-se a sombra dos prazeres...
Os olhos dos grande espírito e suas lágrimas sentidas...

A saudade envelheceu no meu peito
e em meio a a escuridão,
vislumbro sua nostalgia pelos olhos de lindo e negro felino...
Que me espia
e me deseja em segredo,
espanta os fantasmas que outrora tentaram me assombrar...

Por fim nossos corpos
nossos desejos se fundem ...
e em temperança pueril...
Te espero mais uma noite...

Cléber Otávio.