quarta-feira, 2 de julho de 2014

Espadas

As armas de guerra que ele fez não tem poder de cortar o intangível...
Suas Espadas não cortam sentimentos
Seus escudos não podem estancar as sombras
E sua lança não pode atravessar seus monstros internos sem matar a ele mesmo!

Ele precisa agora de espadas, lanças e escudos invisíveis e inalcansáveis como são suas dores..
Mas quem lhe emprestará tais armas?
Em que oficina aprenderá a produzir tais instrumentos?

Enfim Parece-lhe que a atitude movida pela fé é sua espada, pois...
O senhor da guerra possui espadas que cortam a carne,
mas é também senhor das armas que cortam o invisível
e por si só é o escudo que lhe protege...

Sua Lança é a rendição a vaidade e orgulho de achar que tudo pode solucionar...
Seu desafio encerra-se na atitude de entregar suas dores as espadas que tem poder sobre o funesto e intangível...

Mas
Um dia ele será senhor de sua guerra interna,
assim poderá Dançar com suas sombras
e por fim zombará dos monstros que lhe assombram...

Cléber Otávio

Vales Sombrios...

O sangue verte das entranhas de sua torpe alma
O vazio e a escuridão lhe tomam de assalto tudo que mais sonhou,
Sua voz se esvai a rezar e parece que suas orações não alcançam o infinito...
A esperança lhe deixou flutuando num deserto frio e sombrio,
no qual apenas a morte lhe acompanha...
Vozes distantes que lhe rogam o escárnio e a desonra dos seus ancestrais...
Pena...

Um Guerreiro iniciado só assim se faz,
só depois de enfrentar os seus maiores medos
só depois de passar pelas sombras enviadas da fenda amarga do coração algumas coisas fazem sentido...

Tais sombras libertam o que há de pior e mais escondido no fundo dele.
Mesmo assim há de não se perder dentro da própria escuridão,
Mesmo assim há de se lembrar que os Deuses não dormem,
Mesmo assim há de entender que o universo só da provas pesadas a guerreiros fortes,
e assim suplantará seus medos, assim se libertará dos grilhões impostos dos vales sombrios,
assim se libertará da vaidade de poder resolver tudo
de passar por tudo sozinho, como se fosse um semi-Deus
e assim finalmente o anjo que mora dentro de si acordará
e por fim com as armas dele poderá vencer os monstros que não consegue ver ou tocar
terá luz para iluminar os cantos escuros de si mesmo
e força para enfrentar o reflexo do que lhe assombra tanto,
A sombra da infelicidade...

O som que vem das montanhas fez-se luz,
as luzes que antes piscavam psicodélicamente sua ilusão
agora irão iluminar os caminhos de uma nova estrada que se abriu num horizonte que um dia foi um sonho distante...
Mas agora materializa-se...

A luz da Lua lhe guiará na noite escura quando todas as outras luzes se apagarem,
A floresta encantada trará o brilho de esperança do horizonte perdido...
e quando já tiver esquecido como se ama,
quando julgar que a porta do seu coração está selada...
Alguém abrirá a porta sem pedir licença...

Mas até lá a renúncia a guerra é seu norte enquanto guerreiro a ser iniciado...
E que a sorte dos Deuses esteja convosco...

Cléber Otávio


sábado, 14 de junho de 2014

Expiação do amor


Se ela ouvir minhas orações,
talvez a Lua possa brilhar meu desejo em tua alma...
Talvez O monte que escalo tenha apenas um lado
mas na verdade...
meu impulso real é me perder naqueles lábios rosados...

No fundo o desejo é como a luz prateada da grande mãe que lá do alto me vigia...
Luz pálida e fria como o meu sentir funesto
Luz Saudosa como são os desejos de outrora...
como se atraíssem a escuridão da alma
como se a beleza inata de amar se tornasse vã
e todas as poesias fossem pagãs...

Mas um dia a expiação do amor deixará de ser nefasta
e por fim...
um dia...
meus lábios tocarão lábios desejosos de mim.

Cléber Otávio.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Vigília em Movimento

Um simples abraço!
Peles arrepiadas em fúria pueril...
Toque que liga as almas no infinito distante
Magia Cíclica em constante movimento...
Desejo...

Mas um dia o senhor dos Deuses enviou seu mais nobre guerreiro às portas do inferno...
Longe ...

Cavalos negros correm soltos por terras áridas
E os lobos vigiam do alto da montanha o inimigo se mover...
Vigília em movimento...

Sacrifícios que desafiam o inimaginável,
pois não há cura em sua expiação...
Não há cura!
Não existe cura nos campos áridos daquele nefasto deserto...
Torpe, sua alma terá que morrer novamente
Renascerá...

Entregue as senhoras do destino...
Um novo Ciclo!
Deusas Moiras que Cortam tecem e fiam vida em círculos...

Despontar de um caminho em que...
Crânios humanos se arrebentam com a ira das fúrias...
E o filho dos céus e do submundo se joga do penhasco congelando assim por 20 longos anos...
Pois nem o Olimpo lhe poupou!
E quando acorda, depara-se com todos já velhinhos a sua volta...
Alguns cujo caminhos já nem pertence mais a tal plano...

Então Mais uma vez se perde na ternura pulsante dos seus desejos...
Tão Sublime quanto funesto.
Agora sem sua mochila do passado,
Recomeça do zero...

Ilimitado e de infinitas possibilidades é o seu começo...
Leve e limpo ele segue confiante a liderança hostil de sua floresta interna.

Cléber Otávio

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Lindo, porém sombrio...

Fantasias torpes forradas em Lençóis macios e uma música suave de fundo a embalar beijos quentes...
Pagens amantes, loucos andantes se escondem num mundo paralelo,
ora lindo, ora sombrio...

Sombrio quando olham tudo a sua volta e a única verdade que o mundo externo pode conceber,
Isola seus impulsos e seus desejos e desumaniza o que há de mais bonito na vida...
O amor...

Livros antigos, antigos messias que vendem nossa salvação...
Salvação de alguns e maldição de outros...

Mas seu mundo é também lindo...
quando ensina que a frieza e a distância que o mundo externo lhes impõe,
não deve tirar a poesia de simplesmente ser...

Cléber Otávio

sábado, 31 de maio de 2014

Névoa

Adormecida dentro dele, ela foi acordada com beijos e carícias
Despertou!
Estilhaçou seus sentidos, Consumiu seu corpo e sua alma até o limiar da loucura...
Mas... Suas amarras foram rompidas pelo roer dos Cães do Submundo.

Cavalos que insistem em derrubar sua carruagem e
Uma névoa que não se dissipa facilmente.
Será castigo dos Deuses se questiona?
Suas lágrimas regam os jardins que outrora foram sua tormenta...

Agora uma fera caminhava distante e inalcançável pelos vales da solidão
Se diverte a brincar no verde gramado
Mas um fio de esperança despontou no céu...
Uma voz suave versou encanto e
um lindo par de olhos negros tocou sua alma profundamente...
Talvez...
Talvez, aquele longo abraço tenha provocado não apenas o forte pulsar de dois jovens corações,
Mas a essência de amantes vorazes...
Talvez...

Talvez os olhos negros que viu sejam apenas o espelho de parte de sua própria alma
e ele siga seu caminho de expiação solitário...
mas contente por sentir a vida ainda pulsando dentro de si...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Goreki

Verde mar, céu anil,
nuvens de baunilha passeavam no infinito naquele dia...
Estradas do seu caminho interior invocadas em um canto de andar.
O pastor conduzia seu rebanho pelas montanhas e lá do alto Passeava a Maria fumaça,
Majestosa senhora dos trilhos da solidão...
Caminhos de ferro que dissipam dores,
que trazem esperança de novos amores...
caminhos que desfazem os horrores
Malditos dos traidores...
Pelos ares do Olimpo Voou a águia de Zeus
Com Poesias pagãs em estado de emergência,
A luz novamente emana do Submundo,
do paralelo indígeno-africano e surreal...
Sim!
Será meu o gozo final...

Cléber Otavio