domingo, 27 de outubro de 2013

Última manhã...


É, parece que me esqueci
Me esqueci como é que se ama
Me esqueci de como é estar em êxtase, impulsionado por uma paixão...
Me esqueci das cores do amor e do cortejo singelo de um anoitecer.
Me esqueci do teu rosto, da cor dos teus olhos e do calor de tua pele
que acendia uma chama que por instantes queimava todas as mazelas que outrora me acompanhavam...

Apenas a guerra está presente, a luta; e tais armas são inúteis nos campos floridos do coração.
As curvas da estrada ainda são as mesmas, mas as do teu corpo não,
Os pássaros continuam voando rumo ao horizonte e o Pai Sol continua a brilhar tua doce lembrança...

Acordo mais um dia sozinho e as flores de nosso jardim reclamam tua falta,
Enfim me esvaí em lágrimas por dentro...
A noite veio e a escuridão tomou conta dos céus...

Á beira do mar da grande senhora me libertei dos grilhões que não me deixavam andar...
O medo se transformou em certeza e renasceu a esperança...
Ainda acordo sozinho, mas hoje sou eu que vôo em busca de um novo horizonte,

Os ventos que tocam minha face levam minhas dores e a distância da terra me fez tocar o céu...
Os portais do infinito se abriram e em doces sonhos te invado como se a terra chorasse sua última manhã...

Cléber Otávio

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Versos

Na ânsia de fazer um verso
e na falta de inspiração
Fechei os olhos, larguei o lápis
e dei asas à imaginação.
Ela voou tão alto, foi tão longe
que na semana seguinte recebi um postal:
- Passarei as férias no Caribe só volto para o Carnaval.

Elisa H. G. Bernardon

domingo, 1 de setembro de 2013

Ilusões

Ilusões de encanto,
Ilusões de paixão,
Ilusões amorosas,
ilusões sentidas que o levam a passear num imenso bosque encantado
Repleto de fantasias, desejos e saberes da terra...
Um lugar para todos, onde pulsa um pedaço do infinito e todos os sonhos acontecem naturalmente...
Lá as ilusões são a verdade...
Lá ele pode passar por corpos ou almas, sem tocar ou ser tocado...
Pode aquecer, ou esquecer de tudo e entregar-se a poesia mundana que os corpos quentes o convidam a sentir...
Sentir o amor que pulsa em sua alma e que só nela pode ser sentida...
O amor que vê-se no castanho dos olhos do seu amado, que não pode ser tocado ou alcançado...
O amor que aquele sentir não realiza, que sua mente insana não larga...
Que as declarações mais tórridas e todas as poesias versadas ou cantadas não conquista, mas afasta...
Para não perder a poesia, o pajem que nele habita o leva em seu unicórnio azul para este mundo de sonhos e ilusões...

O que era fraterno, um dia ganhou pulso, desejo e um amor profundo que fora resgatado na alma deles...
Mas como outros amores que outrora se foram... funebremente perderam a poesia do seu ser.
Funebremente se esvaíram como uma maldição que ânsia pelo seu fim...
Uma folha que não tem espaço para escrever novas histórias, textos ou poesias, pois está toda amassada, furada, rasgada e riscada...
Então o caminhar em direção ao horizonte verdejante devolve o calor ao seu espírito e alivia suas dores...
o deserto, o vale das sombras e o bosque encantado ficaram pra trás, pois não se pode viver lá pra sempre...

Agora leve, livre de tais ilusões...

Restou apenas ele, seus escudos, espadas e armas de um guerreiro iniciado...
Uma nova estrada pronta para ser desbravada pelo sonhador que nele vai sempre morar...
Ou um caçador de ilusões que nunca há de chorar...

Cléber Otávio.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cantar...

Cantar o Amor é...

estar submerso em águas que arrebentam uma represa,
As lágrimas vertem da alma pelos olhos, pela voz
e todas as personas afogam-se num imenso rio de lágrimas...

é traduzir na no canto o que as palavram não alcançam
é buscar no inconsciente coletivo a essência do bem viver...
é simplesmente emprestar a voz e o dom para que o Universo verse poesias que se fazem inalcançáveis quando são cantadas...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Luto Silencioso...


Vivenciando o luto, silenciosamente, distante e inerte a questões fortes... Mas o tempo revela muitas coisas...
em seguida vem a ação...
Deus é sempre mais e como não devo, não temo! Sou Leal e transparente a quem me entrego, se encontro a desconfiança como barreira com quem sou verdadeiro, tenho a distância como proteção...
Depois de um belo confronto é claro...
O calor do sol dissipará a névoa espessa que agora habita em mim e então o que não estiver equilibrado, ruirá... arrancarei a tatuagem com pele e tudo...
Então rogo que o universo me conceda a serenidade tranquila não para julgar mas para agir de forma assertiva comigo e com o próximo... pois se eu agisse do meu jeito já teria fechado algumas portas... Então entrego a ti grande pai e grande mãe, que as verdades apareçam e o respeito e a honra não se percam em impulsos insanos...
paz...
Cléber Otávio.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Morte

Quando o nojo e o estado de flutuação tomam conta e fazem com que tudo pareça não ter sentido...
olha -se pra dentro, um vislumbro num horizonte distante...
que traz um pequeno pedaço do infinito....
Pois o infinito sempre tem sentido...

Cléber Otávio.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Órbita


E sei que sou imortal,
sei que minha órbita não pode ser medida pelo compasso do carpinteiro,
Sei que não apagarei como espirais de luz que crianças fazem à noite com graveto aceso.

Sei que sou sublime,
Não torturo meu espírito para que se justifique ou seja compreendido,
Vejo que as leis elementares nunca se desculpam,
Percebo que não ajo com orgulho mas elevado que o nível onde planto minha casa, afinal.

Existo como sou, isso me basta,
se ninguém mais no mundo está ciente, fico contente,
e se cada um e todos estão cientes, fico contente.

Meu pedestal é encaixado e entalhado em granito.
Dou risada do que você chama de decomposição,
sei da amplidão do tempo.

Sou poeta do corpo,
e sou o poeta da alma...

Walt Whitman