quinta-feira, 22 de março de 2012

Lágrimas de Sangue


Mais uma vez ele caminha solitário com sua dor
todos os sorrisos do mundo não lhe farão sorrir de novo...
A Lembrança da criança que um dia lhe abraçou se perde na névoa espessa de uma noite escura, assim como seu terno sentimento de pai...
Uma grande faixa preta anuncia o luto que decretou.
olhar e andar em frente, não olhar para trás
deletar quem lhe abriu tais feridas e ver seu sangue verter em lágrimas por seus olhos...
A indiferença é o que há de pior a se sentir ou fazer, é o caminho de outrém, é o caminho que ele escolheu também.
Um grande portal se abriu e lavou sua alma, as lágrimas de sangue tingiram de vermelho o rio estige e Cérbero deleitava-se, bebendo o seu sangue enquanto os portais do submundo se abrem e mandam os enviados de Hécate e Hades em seu socorro...
A Lua brilha seus versos de luz sobre ele, cristalizaram suas lágrimas que com os ventos cortaram suas dores... Mas em sua alma fica a tatuagem marcada a ferro e fogo de suas antigas paixões...

Cléber Otávio

quinta-feira, 15 de março de 2012

Despontar do Louco

A estrela vespertina brilhou ao anoitecer...
Trouxe consigo a esperança á floresta árida e escura das trevas do medo.
Novamente o Limbo, tantas voltas pelo mundo para simplesmente voltar ao início de sua busca... A solidão inata do recomeço.
Um horizonte ofuscado pelo brilho do Sol no qual não se vê o fim desta longa fase lunar...
O Início! O despontar do Louco que deve se jogar novamente num penhasco que ele não vislumbra o fundo...
Renascer para ser livre, mas sem a inocência ou irresponsabilidade de outrora, mas com coragem, determinação e confiança do mais nobre guerreiro iniciado...

Cléber Otávio

domingo, 4 de março de 2012

Amar/ Amor

Amar:

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Mário Quintana

Amor

Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo

Mário Quintana

Lembranças e devaneios...

Olho para trás e tudo parece ter passado como um sonho...
lembro da noite escura, de andarmos nus á noite na beira da praia...
lembro de enxergar o infinito nos teus olhos, de sentir os teus lábios nos meus enquanto minhas mãos passeavam no seu corpo...
Lembro do tapete de estrelas e da mãe Lua que tantas vezes testemunhou a expressão do instinto puro de dois meninos...
Lembro de saltitar pela estação de trem...
Lembro o dia que fomos os dois tomados por uma grande saudade e desejo no qual um simples abraço ganhou todas as cores de um lindo arco íris...
os tórridos beijos em frente ao shopping...enfim lembro do medo que te fez afastar, e nos trouxe um horizonte perdido...
O tapete de estrelas continua brilhando na praia de Mira, e os lugares que estivemos juntos tem apenas o vazio de uma saudade bonita...
Sua inocência se perdeu no nevoeiro espesso da ignorância. Uma puberdade funestamente saudosa que tem nos teus olhos negros a egrégora sagrada de um sonho que se perdeu de sua alma...

Cléber Otávio

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

" Para curar suas dores..."

Seu sonhos fugiram e a noite parece não ter fim...
Sua alma é assolada novamente pela escuridão e trevas da incerteza
Seu céu tem nuvens negras e não consegue ver o brilho do sol que nele habita...
O preço de não pensar em suas escolhas custou-lhe a vida...
seu chão se esvaiu, seu caminho se perdeu na poeira que por alguns instantes parece ter virado a lama que lhe faz patinar nos porões solitários de um amanhecer funesto.
O grande pássaro mirou na Lua e mergulhou na noite escura, desbravou a imensidão do mar em direção ao momento presente... A indignação e o nada!
Pois não há a quem culpar, não há ninguém pra dividir seu peso, não há lugar pra pousar suas forças ou concentrar suas ternas esperanças...
Não há nada para curar suas dores, nem preencher o seu vazio.
Só lhe restou procurar a temperança nos Deuses e ações diárias na busca de um novo amanhecer; e admirar todas as cores de um grande arco íris que anuncia um futuro melhor, que só o grande espírito pode trazer...

Cléber Otávio

sábado, 28 de janeiro de 2012

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Melancolia Funesta

A espera do inalcansável sua alma parece sempre buscar o horizonte distante...
Os ventos trazem novas pessoas, situações e oportunidades, mas seu olhar se lança por cima de tudo, fixo em uma miragem intocável...
Seu espírito vaga pela terra dos sonhos
e a realidade lhe traz uma enorme falta de sentido...
antes havia uma enorme distância, a saudade bonita e um apego que ecoava no infinito,
agora o que ele consegue tocar é apenas o avesso de uma fantasia...
O que antes era amor puro e instinto inocente deixou-se tomar pelas flores sombrias da ignorância e do preconceito...
O Viajante que vem de terras distantes pensava todos os dias naquele olhar tímido, naquele abraço sincero...
Desgraçada e hipócrita sociedade! transforma a beleza inata numa personalidade alienada e disforme...
...Na verdade a paternidade assim como outras relações se transformam de acordo com a mudança que as pessoas sofrem com o tempo...
uma luz distante traz calma ao seu coração e o menino que nele habita se perde na poesia melancólica e funesta de suas paixões...

Cléber Otávio