sábado, 28 de janeiro de 2012

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Melancolia Funesta

A espera do inalcansável sua alma parece sempre buscar o horizonte distante...
Os ventos trazem novas pessoas, situações e oportunidades, mas seu olhar se lança por cima de tudo, fixo em uma miragem intocável...
Seu espírito vaga pela terra dos sonhos
e a realidade lhe traz uma enorme falta de sentido...
antes havia uma enorme distância, a saudade bonita e um apego que ecoava no infinito,
agora o que ele consegue tocar é apenas o avesso de uma fantasia...
O que antes era amor puro e instinto inocente deixou-se tomar pelas flores sombrias da ignorância e do preconceito...
O Viajante que vem de terras distantes pensava todos os dias naquele olhar tímido, naquele abraço sincero...
Desgraçada e hipócrita sociedade! transforma a beleza inata numa personalidade alienada e disforme...
...Na verdade a paternidade assim como outras relações se transformam de acordo com a mudança que as pessoas sofrem com o tempo...
uma luz distante traz calma ao seu coração e o menino que nele habita se perde na poesia melancólica e funesta de suas paixões...

Cléber Otávio

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Horizonte de sonhos

Perdido entre o espaço e o tempo a cidade vai ficando pequena e o chão se esvai na imensidão das nuvens...
O sorriso dos meninos que outrora tivera saudades e a incompreenção da velha mulher lhe estraçalham os sentidos.
Animais ou humanos? Questionou o velho poeta.
O chão novemente tomou forma, o horizonte verdejante engole o Sol e o caminhante infame sente que já não é mais daquele lugar...
Lá do alto das montanhas de pedras a águia sagrada levou-lhe a mensagem: O amor e os sonhos estão dentro dele, não fora... é ele quem os faz acontecer, quem lhes da forma aonde quer que esteja...
E o infinito se perdeu novamente nos olhos da águia que inebriantemente mergulhou no breu espesso da noite escura...

Cléber Otávio

sábado, 24 de dezembro de 2011

Sabor do infinito


...Tantas andanças pelo mundo afora, tanta procura para ver que no final tudo que eu procurava estava em mim mesmo...
outrora distante dos familiares e amigos amados, carregava no peito uma saudade intocável como o por do Sol... Mas a distância só reforça o que é verdadeiro...
Agora nesta época de renovação simbólica que chamamos de natal, o grande espírito ronda pelos ares contagiando-nos com o sabor do infinito... levando com os ventos, lavando com as chuvas os dissabores e as tristezas deixando plasmado em minha alma uma certeza!
De que o amanhã será melhor e quanto mais agradeço o que tenho e o que sou, melhor vivo a cada dia... Por isso obrigado aos meus familiares e amigos por tudo! Um feliz natal e um próspero ano novo a todos!!!

Cléber Otávio

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Nesta Hora...

Nesta hora, os corações mandam nos corpos, nas bocas e nos pensamentos...
Nesta hora, os olhos lacrimejam e todos os momentos vividos ali, passam como um filme que se funde no calor de cada abraço sincero...
Nesta hora, os amores, amantes, amigos e inimigos deixam suas marcas na alma de quem parte...
Nesta hora, os olhares falam tudo o que a mente não consegue traduzir em palavras...
Enfim nesta hora pensa-se nos encontros e desencontros, nos momentos doces e amargos, nas conquistas e nas feridas. Pois é! Era só para ser uma simples despedida...
...Mas quando o grande pássaro atravessar o atlântico ele terá a mente e o coração repletos das emoções que leva consigo e se inebriará nos calor extasiante da imensa saudade dos seus...

Cléber Otávio

Bahati

Naquele instante seu horizonte era apenas aquele sorriso tímido... que cantava e versava lindamente sua poesia proseada de indignação e amor...
Cléber Otávio

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Contagiante

Naquele dia havia apenas um horizonte ofuscado pela ânsia de simplesmente ser...
A noite escura o leva ao centro da grande arte.
Os diferentes rostos mudam sob o piscar das luzes coloridas
Muitas vozes cantam as músicas da nova era...
Com os olhos fechados, seu coração vibrava ao ritmo latino das caixas de som
Seu corpo, uma extensão deste órgão pulsante que expressava suas mais profundas emoções... Contagiando tudo e todos a sua volta.
De repente olhos e corações se encontram. As palavras faltam, mas os corpos falam...
Se fundem ritmica e lindamente e por alguns momentos existiam apenas os dois naquele lugar que ficou pequeno mediante tanta intensidade e desejo...

Cléber Otávio