quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Caverna

Tento apagar-te da memória, mas a vida sempre te traz de volta, por outros rostos, em outros corpos e situações... sempre voltas...
Já mergulhei intensamente pra dentro de mim na esperança de me libertar de ti... desbravei o ideograma humano, o segredo de Thot.
Já perdi as contas das vezes que pelo meu livro das sombras pedi clemência a Deusa mãe, escrevendo e falando dos meus labirintos internos que muitas vezes levam a ti...
Bem haja luz nos escombros da solidão, já saí da caverna mas ela ainda habita em mim... O cavaleiro de espadas me sedeu suas armas e em segredo luto com os monstros que ainda moram na caverna...
De ti agora tenho apenas uma vaga lembrança de um sonho feliz que ainda está por vir...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Expresso do Submundo

... Minha alma clamou por amor e encontrou a tua...De boleia em teu coração fui levado no expresso em direção ao submundo... O Vale das almas perdidas.
Não sabia bem aonde o trem que Deadema criou iria me levar.
Quando me dei por conta, estava envolvido num turbilhão de beijos no qual nossos lábios se encontraram... Imigrei não apenas de país, mas no coração, cujo corpo estava em outro colchão... Do submundo insano e entorpecido das drogas te trouxe para a claridade do amor que nasceu naquela noite... O sentido mudou e o Expresso agora era o da liberdade...
Enfim Caetano veloso tinha razão: "...O amor aprisiona mas pode ser a única libertação..."
Não posso ser apenas teu amigo... pois quando te vejo ainda tenho aquele frio na barriga...Nos abraçamos e ali nossos corpos são uma coisa só... Bjorkicamente em estado de emergência um pelo outro... Djavânicamente envolvidos, com passagens só de ida ao expresso do prazer...
É de manhã, vejo o Sol entrar pela janela e hoje minha cama está vazia. Pegasse novamente o expresso em direção ao Submundo... Mas já não posso ir te buscar, pois o medo, a falta de fé e a opressão que sentes te fazem não querer voltar...
Cléber Otávio.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Viva a Ignorância!

Viva a mediocridade humana!
Viva aos obedientes e ignorantes que perdem a liberdade de ser e estar por se submeterem a falsa moral que lhes é conveniente...
Comprem vacinas de todos os tipos... ou fiquem doentes e contribuam aos grandes laboratórios não por bem, mas por mal...
Ninguém te ouvirá se estiveres doente!
Ninguém te ouvirá se te colocares à margem da sociedade...
Portanto viva o capitalismo selvagem!
Viva a Ignorância!
Viva o HIV(Sida) que enriquece os laboratórios e os governos!
Viva as hepatites todas!
Viva a Gripe A!
Viva aos poderosos que querem ser Deus e regular a vida humana!!!
Viva aos sacerdotes de todas as ordens, principalmente os que falam contra a camisinha e os adeptos a pedofilia!
Viva o Abuso sexual!
Viva a violência doméstica!
Enfim Viva a Lusofonia e a independência do imperialismo europeu e norte americano!
O sistema lhes informa: A vacina contra a ignorância está em falta...
Cuidado com os traficantes de informação... a sua vacina pode não funcionar! não compre não compre vacinas não regulamentadas pelo governo!
e um último, mas não menos importante viva:
Viva a mediocridade e mesquinharia humana que impera o ideário azul dos ignóbeis, porcos que dominam o mundo capitalista!!!

Cléber Otávio

sábado, 10 de julho de 2010

Palavras - chave

Amor = vida
Ressentimento = doença
Lucidez = paz
Amizade = amor incondicional
Vida = movimento
Movimento = espiritualidade
Universo = Deus
Pensamento = razão
Sexo = prazer
Tesão = desejo
Obseção = Sofrimento
Adicção = dor
Sinceridade = Paz...

Cléber Otávio

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Minha dor

A Solidão assola minha alma novamente, quando penso em ti, me sinto perdido…
Olho para dentro de mim e parece que me falta um pedaço,
quero te dar um longo abraço… Mas não podia te tocar, não da forma que gostaria,
tua falta me fez entrar em estado de emergência…
Estás em todos os rostos que passam por mim. Cada música que escuto faz lembrar você...
E então fecho os olhos para tentar esquecer, e em um sono profundo me acordo com a tua imagem em minha mente…
és como um oásis em meio a um deserto, é lindo, mas não existe na vida real, é apenas um sonho que me envolve e me faz criar a ilusão de que posso amar de novo…
E agora o que fazer? já estás tatuado em minha alma...
e tu será que pode se livrar de minha presença em ti?
Continuo a ser o espelho dos loucos, tão envolvido que as tuas emoções são minhas…
Minha dor são as tuas lágrimas, e o que sentimos nos separa, como se o desejo fosse um pecado fatal…
Mas um dia a flor vai desabrochar e ser feliz por ser flor e então minha missão estará cumprida, e terei de partir… novamente com a dor de não poder cuidar das sementes que plantei…

Cléber Otávio.

sábado, 5 de junho de 2010

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Autor desconhecido.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ventos Mentais

correntes de vento mental
ventos de tranquilidade, passividade,
ventos de inquietude.

respirações mais ou menos ritmadas
tranquila inquietude

passividade...

ventos mentais.
ventos que transportam pensamentos
mais ou menos globais.

correntes que variam conforme o pensamento,
também sentimento,
coisas normais.

essas coisas do pensamento.
deveriam ser mais racionais.
no que diz respeito ao sentimento,
não sei... que fazer mais.

as outras?
quem é que nos vai dizer que são mentira?
seres normais?!

João Monteiro