segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Mundo Circo


É para algumas coisas, não tem o que fazer. por mais que eu me esforce,
nunca vou atingir o ideal de ninguém , nem o meu. Não serei bom pai o suficiente, não serei bom filho o suficiente...
Não serei um bom irmão, nem tão pouco padrinho ou amigo...
Talvez eu nunca seja um bom namorado ou amante e mesmo comigo talvez eu não seja tão bom quanto poderia...

Mas...
Quando eu morrer, aí sim, serei bom...
aí meus irmão verão o quanto eu era legal, meus afilhados se lembrarão de minhas sugestões...
Meus pais lembrarão o quanto fui esforçado apesar de todos os defeitos que tinha,
Meus filhos se lembrarão de quanto eu me privei para dar-lhes atenção e das muitas coisas que falei antes de acontecer...

Quando eu morrer meus amigos falarão como eu era engraçado e espontâneo, e chorarão todos dizendo que eu era muito novo ainda, que era um bom homem e que talvez por isso tenham me chamado...
Quando eu morrer talvez meus amantes, talvez meu namorado se culpem por não ter me curtido mais, por não ter visto todas vezes que disse o quanto lhes gostava da minha maneira, talvez fiquem tristes por não ter me dado o devido valor e quando se aperceberem o quanto eu era movido por paixões talvez queiram morrer ao ver que eu gostava mesmo era de mim... Mas horava cada relação que me dispunha a viver...
Talvez eu só seja o professor ideal quando eu morrer... então lembrarão de mim das muitas aulas loucas, histórias , dinâmicas e falas alternativas e afirmativas...
Talvez aí meus poemas e músicas ganhem valor, alguns se imortalizem pelos olhos de quem os possa entender...

Por fim quando eu morrer os tambores Celtas tocarão cantigas bonitas a Deusa mãe e ao Deus pai, os bruxos dançarão em volta do fogo como faziam para os grandes mestres de outrora...
os seguidores de indios e caboclos cantarão para as entidades de guerra e lembrarão das lindas manifestações mediúnicas aconteciam através de meu corpo...

Quando eu morrer os tambores africanos rufarão tristes, os Orixás chegarão chorando, Ogum Megê e Obá dançarão em volta dos meus restos, Babalorixás e Yalorixás se lembrarão de mim com bons e maus olhos e eu estarei rindo de tudo e todos, pois vou na hora que a grande mãe me chamar apenas...

Penso em tudo isso como grande Piada da grande palhaça que criou o universo que brinca e se diverte muito com o valor que criamos para as coisas...
Muitos dizem te amo aos que mal conhecem e não dão valor aos que realmente amam...
Muitos olham a cor dos que nascem, dos que lutam, mas não olham para a pessoa...
Muitos julgam o outro pela sexualidade, mas negam a sua...
Muitos vivem tudo que há em volta de si e não olham para quem caminha ao lado...
Muitos projetam seus sonhos no outro e se frustam quando se dão conta que cada um faz da sua vida o que quiser...

Muitos se surpreendem ao cair até perceber que não há controle de nada...
Por fim muitos foram os que me tocaram e de alguma forma se deixaram tocar por mim ao conviver, mas nunca serei bom ou bonito o bastante pra ninguém...
Mas quando eu morrer...
bom aí serei perfeito, não tenho nenhuma pressa em rir de tudo isso
Porque o tempo também é uma piada, pois a tudo desgasta e envelhece, menos ele...
hahahahahahahaha

Cléber Otávio

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