terça-feira, 19 de setembro de 2017

O ensurdecer das Moiras


Arrastei correntes pela escuridão,
Beijei demônios embevecidos em breu
Nas psicodélicas noites eletrônicas de Talamasca...

Mas quando o penhasco se abriu em minha frente...
Me joguei sem exitar...
Me banhei no esperma de deuses Sonâmbulos
Corri de mim para me abraçar no fim da estrada...
Sangrei, cantei, gritei até ensurdecer as moiras...
Para terminar na montanha solitária mais uma vez..
E lá ouvi os pássaros cantarem o futuro...
Vi os demônios se fazerem anjos...
Vi a moral perder a razão...
Vi as crianças crescerem...
Algumas virarem monstros e outras...

Vi o céu ficar rubro ao entardecer...
E quando o Pai Sol se deita sobre o grande rio...
O grande espelho das almas...
e ao desvelar os segredos das montanhas,
das águas furiosas e dos furacões da terra acordo de um sonho chamado vida...

É quando a velhice já ardeu todas as dores de um corpo que já não existe, então...

Pisco com os olhos de Deus na eternidade e então tudo faz sentido...

Cavalgarei para mais uma vida,com apenas uma mochila que só olharei quando for preciso...
O louco?
Não! O iniciado...

Cleber Otavio

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