sábado, 4 de junho de 2016

Sigur Rós


Adormeço entre o pranto triste de minha realidade e
o suave balançar sobre rodas que giram psicodélica e enlouquecidamente nas estradas da vida
Adormeço para a realidade para acordar no mundo dos sonhos...

Acordo cavalgando com meu pajem em um unicórnio alado...
Branco como as nuvens ele sobrevoa a terra do nunca...
Seus vales, riachos e casas élficas...
Lindas em árvores frondosas e onipotentes como a mãe Terra

Me olho no espelho das águas do Rio... e vejo que na terra do Peter pan,
sou como o pajem que me acompanha...
Um menino doce e inocente...

Então corremos nus pelo vale encantado e nos transformamos em pássaros...
Gong e Milano...
Em instantes percorremos a eternidade dos sonhos e
em êxtaxe gozamos ser parte da inspiradora paisagem pintada pelas mãos de Deus...

Pousamos em Sigur Rós...
Nossa casa, Já meninos novamente...
brincamos, subimos no topo da árvore mais alta ver no cais do Porto Solimões
O Pai Sol deitar-se sobre o mar...

A aurora plena misturava cores infindáveis entre o céu e o mar...
O vermelho, o laranja
o azul, amarelo, rosa e também o roxo
se misturavam no céu e refletiam sua beleza na imensidão do mar verde da grande senhora...

Lá no alto, do outro lado, Lua, a Grande mãe, despontava linda e crescente
como era nossa felicidade por simplesmente existir...

Ao pé de um abacateiro o Velho Bará contava histórias e
em sua narrativa desvendava os segredos das Brumas de Avalon...

A noite caiu e no caminho para nossa refeição noturna Fausto anuncia a abertura dos portais...
Entre o Lixo e o fim das matas da floresta levanta-se uma mendinga esfarrapada...
Nos assustamos de imediato, mas ao fixar o olhar vemos as flores que ela traz
Um grande buquê...

Logo ela se transforma em uma linda princesa e todo lixo...
aquela imensa montanha transforma-se num pequeno castelo.
E a princesa negra sauda-nos.
Apenas por nossa inocência, pois para quem carrega maldade... ela é apenas uma mendinga...
Mulambo pegou cada um de nós pela mão e nos guiou até o banquete...
Após banquetearmos junto de nossos irmãos, ela nos colocou de volta na garupa de Pégasus novamente...

Choramos como se a saudade já estivesse velha em nosso peito...
Mas ainda assim cavalgamos no céu estrelado
para ser o despontar de nossos sonhos em nova áurea aurora...
Cujo a névoa espessa parecia aprisionar o horizonte...

Já as portas do Submundo... Plutão , o Grande pai nos recebe...
Já não somos mais meninos ou tão pouco inocentes...
Envelhecemos, mas meus cabelos brancos ainda carregam a ternura colorida deste poema...

Adormeço nos sonhos com meu pajem para acordar neste mundo mais uma vez...
Mais uma vez...
Em terna gratidão ao senhor da guerra por manter a chama da juventude acesa em mim...
A senhora dos ventos, pelos dantescos sonhos que me fazem encontrar comigo como gosto de ser...
Por não deixar a saudade de mim envelhecer em meu peito ou em minha alma...
Gratidão Grande espírito...

Cléber Otávio

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