quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Corri Tanto

Corri tanto pela vida afora
Corri tanto como sonhador e só os alcancei por ter paciência...
Corri tanto como filho, apenas para esbarrar mais tarde na desonra...
corri tanto como religioso pra só ter acesso quando estava pronto...
corri tanto como parceiro mas a morte muitas vezes superou o amor e deixando meu caminhar solitário
Corri tanto como amante pra perceber que a solidão nem sempre é um fardo, mas sim uma benção...
Corri tanto ao dirigir meu carro, ao dirigir minha vida, que quando bati, fiquei paralisado...

Corri, corri, corri, para hoje ter a certeza que se eu fosse mais devagar
Não seria eu...
Pois gosto de andar rápido..
no entanto se eu andasse mais devagar...
Teria impactos menos violentos...
teria apreciado mais as paisagens internas ou os horizontes que a vida apresenta...
Teria gozado mais...
Teria amado mais intensamente...

Por fim talvez tivesse vivenciado a felicidade e o amor de forma mais plena,
aproveitando cada momento

Corri tanto e só agora vejo que a felicidade por vezes
é apenas apreciar e estar grato a tudo que eu puder tocar, sentir, ouvir, abraçar, etc...
corri tanto que me dei conta que já não lembrava mais por que corria tanto...
então hoje ando mais devagar
e amanhã este poema
Será apenas mais uma lembrança do que fui...

Cléber Otávio.

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