segunda-feira, 27 de julho de 2015

Grande Espírito



Uma bomba nuclear devastou seu mundo...
A paisagem árida e deserta se fez horizonte...
Teve que partir...

De volta ao seu velho mundo ,
ele foge da vida real
na esperança de curar suas dores...

Adormeceu em sua vida,para acordar em seu mundo...
Lá todas as cores são bonitas
e os porões sombrios de solidão não lhe assolam mais...

A luz do pai Sol, astro rei ilumina seu rosto...
a caminhar pelas trilhas da floresta...
o rugir de seu felino anuncia uma nova batalha...

Então prepara, suas armas, escudos, lanças, sua espada...

Vai enfrentar o monstro que nasceu de suas culpas
e cresceu alimentando-se dos seus maiores medos...

Mergulha no denso nevoeiro e lá se depara com ele,
o expectro vivo de suas dores...

Mas não foi só, seu felino foi enviado para lhe guiar e lhe dar coragem...
então com a força do fogo dos céus, do submundo e da floresta que lhe cerca,
entrega-se a luta, mais uma vez...

Desta vez com mais fé do que medos
seu espírito emana a luz dos deuses em seu nobre coração
e então pode vencer a horrenda criatura que ele mesmo criou...

Segue em frente para o domínio do senhor das almas...

Seu mundo não pode ser alcançado pelos que não se permitem sonhar...

Nos portões, o espelho da grande mãe reflete a maldade em forma de monstros
o que faz com que só as pessoas livres de julgamentos e medos passem pelos por ele...

Estradas acidentadas de paisagens áridas e secas...
Um pássaro grande sobrevoa o deserto e observa
os viajantes, os errantes, bem como outros animais...

Lobos que choram pelo amor da Deusa num uivo funesto e distante...

Por fim, sua provação acabou...
Um guerreiro iniciado, agora renascido das sombras...

O portão norte se abriu e Uriel o enviou de volta...
Cores

Acordou na terceira dimensão mais uma vez,
no mundo em que encarnou
no mundo que insiste em provar sua força...

Depois de viajar pelo arco íris
"...A paz invadiu seu coração, fez do mar a revolução..."

Deu-se conta que olhar o que há de bom na vida é dar valor a ela...
é viver em honra...
e assim dar cor ao amor que o Grande espírito teve quando o criou...

A alvorada levou seu sentir para o fundo da alma do mundo...
e assim se foi o passado obscuro que um dia lhe assombrou...
Se esvaiu no alvorecer...

Aos poucos os raios solares invadem o horizonte e acordam a cidade...
despertam seus sentidos para mais um dia de trabalho...

Bem perto do fim do mundo ele é recebido de braços abertos pelo senhor dos caminhos,
que lhe enviou a criança de luz que lhe envolve em sorrisos e abraços
fazendo-o esquecer o pesar de ser mestre de si mesmo,
de sua criança interior frente a tantas adversidades era um desafio...

E então...
ele agradece pela felicidade de alvorecer todos os dias com o pai sol...
Pela felicidade de acordar a cidade,
Por ainda ser digno das armas dos senhores da guerra e da justiça
pela felicidade de estar vivo e ainda ter desafios para viver
e sua fé ser maior que seus medos hoje...

Cléber Otávio.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A alvorada



Rodas que giram num veículo que rasga os ventos...
do alto da lomba contemplo a alvorada;
A noite se despedindo do dia
O céu que por vezes parece estar em chamas...
e nelas o mundo do sonhos se esvai ao abrir os olhos...

O sono gostoso da manhã por vezes me faz contemplar mais os horizontes internos...
e...
Da janela que se abre por trás dos olhos vejo o meu infinito particular...

Por vezes quero continuar sonhando
Mas tenho que acordar para o mundo real...

Quando me deparo com os miúdos, minha criança interior fica contente
e em muitos momentos é ela que diz quem devo ser...

Assim contemplo e vivo um pouco do amor que Deus teve quando me criou...
Por fim a felicidade acende em minha alma e assim me sinto pleno...

Cléber Otávio

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Alimento


Um turbilhão gelatinoso de lembranças e emoções alimentam meu subconsciente...
Alimento... a alma com a música que convida a ternura lúcida da temperança a habitar meu ser.

Alimento... Minha mente nos desafios das ilusões que minha doença cria...
Alimento meu corpo com alimento...
Alimento os meus desejos a correr nu pelas terras do nunca,
a percorrer meus lábios em corpos sedentos de vida...

Busco teu gosto em outras bocas, mas encontro apenas saudades...

A luz da mãe Lua prateou minha aura,
libertou-me da culpa de ser eu, de desejar o que desejo,
e por fim acendeu a luz da temperança em mim...
Fechei os portões do porão sombrio de minha alma.

Não brigo mais com a minha fera interior, Mas deixo ela me dizer aonde não devo ir

Alimento a fera, alimento a alma, o corpo...
E me alimento da fé que só por hoje me faz ficar vivo
e ser quem eu preciso e quero ser hoje...

Cléber Otávio.