domingo, 15 de fevereiro de 2015

Grande Espelho



Ele Voa sozinho sobre o abismo
Os ventos que deslizam sobre seu rosto são sua única companhia
O amor...
Algo distante dele, distante do universo que ele criou para viver.
Medos que paralisam até os seus sons...
Voando ainda na contramão do seus instintos, do seu sentir...
A Dor que traz a mudança que a morte impõe parece-lhe insuportável
mas não há outra saída...
A floresta que ele viveu ardeu em chamas e então
Renovando sua auto-imagem bem como a intimidade do seu eu...

Ele deixou as montanhas solitárias e agora corta o céu rumo a entrada da caverna novamente...
Lá acontece um lindo funeral...
águias ancestrais que voaram sobre os mares distantes do inconsciente
Comemoram a morte daquilo que ele foi...
das cinzas transforma-se novamente numa frondosa e e jovem águia, mais uma vez...
Renascido... sente o medo da pressão enorme que o céu lhe impõe...

O grande espelho das almas reflete a morada dos Deuses em imensa beleza...
Tupã abençoa mais um dos seus filhos com a mãe Terra
e em círculo os ancestrais dançam no ar a comemorar mais uma alma que não se perdeu de suas raízes espirituais...
Sentimentos intocáveis num caminho desconhecido que já se não paralisa pelo medo
Um ego que se dissolve no amor puro que Tupã o deixou no resquício de força que faz sua morada na fé que teima em pulsar em sua alma...

Cléber Otávio

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