domingo, 21 de dezembro de 2014

Fotografias

Quem foi que pintou o céu de azul?
Quem foi que tingiu de amarelo o pai Sol?

Quem foi que deixou o horizonte tão inalcançável quanto o entendimento do que chamam de amor?
Será o mesmo ser que fez o brilho frio da mãe Lua?
A Lua que expia os amores escondidos, " dos amantes mal amados, dos amores mal vividos..."

Em outros tempos espadas foram brandidas em série
Se chocam a guerrear por sonhos que já não podem se perder...

As fotografias de seu interior lhe cansam por seu conteúdo funesto e melancólico...

Então ele fantasia seu sentir por outros ângulos assim...

"... Quando me componho em sua presença me desfaço...
És o exílio dos meus barulhos pois há um lugar que reina a paz e silêncio dentro de mim...
Lugar esse que facilmente consigo acessar quando contigo estou...
Um novo mundo,um portal de sonhos em meio a eternidade de nossas almas que só conseguimos entrar quando estamos juntos...
És a poesia que leio para me inspirar...
És o pulsar da fera felina que me guia nos dias em que a dúvida e o medo me assaltam..."

Enfim uma fotografia mais digna da felicidade que teima em se esconder nas curvas submersas em seu ser...
E ao acordar para o mundo, ele tem apenas a doce lembrança do seu rosto que ainda não se libertou do mundo dos desejos...

Cléber Otávio.

Fim de uma Era

A temperança que me falta para gozar a eternidade que há em mim Me fez tocar seu espírito num mundo distante...
O teu...
Tornamo-nos Distantes de nós quando luzes estranhas invadem os porões escuros dos nossos monstros internos.
Os ventos mudam e os peregrinos caminham num nefasto e ojerizante sentir...

É preciso representar para alguns, Mas há quem não possa fazê-lo,
pois no palco da vida não há tempo para ensaios!
Enfim, a vida tem mais sentido quando não há vergonha ou apego a moralidade insana que está implícita na sociedade que vivemos,
algo que anula a beleza poética dos muitos amores que Deus inventou....

Devaneios penianos que Dionísicamente ligam dois mundos ao infinito absoluto,
suplantando assim as melodias que tocam seu inferno particular...
Por Fim os jardins fraternos dos dois peregrinos chegam ao fim de uma era...

Escolhas...
Outrora lindos Lírios de uma primavera juvenil
Agora flores inalcançáveis de um submundo rigoroso cujo o inverno parece não ter fim...


Cléber Otávio

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Inconsciente

Emoções e sentimentos são rios ferozes que encantam por sua poética beleza,
Mas tem lugares que quando acessados pode ser difícil encontrar a saída...
Por isso algumas fantasias são lindas apenas como fantasias...
Há algumas poesias e canções que artisticamente ficam muito belas, como veículo de zonas obscuras da alma, algumas simplesmente agem como se fossem uma fotografia do sentir...

Percorrer até fundo de si para escrever, interpretar ou vivenciar essas coisas lindas é divino, é como aventurar-se a um lugar lindo, que certamente libertará algumas coisas...
Mas como voltar para realidade depois?
Rios profundos de imenso sentir e solidão navegáveis por barcos pequenos que seguem seguros até...
encontrar o mar da grande senhora...

Lá tudo que antes parecia grande fica pequeno, tudo se dissolve no vai e vem das ondas.
Todo sentimento se esvai em sua imensidão...
Amor puro, criação pura...
O inconsciente... de mim...
O que fatalmente deságua no inconsciente coletivo, onde perco não apenas minha consciência, mas meu ego que se desfaz para ser parte de uma consciência muito maior...
Renascer torna-se a única saída!


Cléber Otávio