quarta-feira, 2 de julho de 2014

Vales Sombrios...

O sangue verte das entranhas de sua torpe alma
O vazio e a escuridão lhe tomam de assalto tudo que mais sonhou,
Sua voz se esvai a rezar e parece que suas orações não alcançam o infinito...
A esperança lhe deixou flutuando num deserto frio e sombrio,
no qual apenas a morte lhe acompanha...
Vozes distantes que lhe rogam o escárnio e a desonra dos seus ancestrais...
Pena...

Um Guerreiro iniciado só assim se faz,
só depois de enfrentar os seus maiores medos
só depois de passar pelas sombras enviadas da fenda amarga do coração algumas coisas fazem sentido...

Tais sombras libertam o que há de pior e mais escondido no fundo dele.
Mesmo assim há de não se perder dentro da própria escuridão,
Mesmo assim há de se lembrar que os Deuses não dormem,
Mesmo assim há de entender que o universo só da provas pesadas a guerreiros fortes,
e assim suplantará seus medos, assim se libertará dos grilhões impostos dos vales sombrios,
assim se libertará da vaidade de poder resolver tudo
de passar por tudo sozinho, como se fosse um semi-Deus
e assim finalmente o anjo que mora dentro de si acordará
e por fim com as armas dele poderá vencer os monstros que não consegue ver ou tocar
terá luz para iluminar os cantos escuros de si mesmo
e força para enfrentar o reflexo do que lhe assombra tanto,
A sombra da infelicidade...

O som que vem das montanhas fez-se luz,
as luzes que antes piscavam psicodélicamente sua ilusão
agora irão iluminar os caminhos de uma nova estrada que se abriu num horizonte que um dia foi um sonho distante...
Mas agora materializa-se...

A luz da Lua lhe guiará na noite escura quando todas as outras luzes se apagarem,
A floresta encantada trará o brilho de esperança do horizonte perdido...
e quando já tiver esquecido como se ama,
quando julgar que a porta do seu coração está selada...
Alguém abrirá a porta sem pedir licença...

Mas até lá a renúncia a guerra é seu norte enquanto guerreiro a ser iniciado...
E que a sorte dos Deuses esteja convosco...

Cléber Otávio


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