segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Apenas um obrigado...

Apenas um obrigado...
Pois não há a quem culpar as dores do mundo, quiça as minhas dores...
Os ciclos se fecham e assim a vida passa...
Sem nunca te-la visto, aquela criança sorri docemente, trazendo a inocência inata de volta ao meu ser, o que outrora se perdeu no turbilhão insano do dia a dia... E aí está minha renovação de espírito...
Alguns amigos vão, e outros vem, alguns sinais inesperados de pessoas inesperadas transpõe os esquecimento de outros...
Enfim, obrigado aos que lembraram, aos que esqueceram, aos amigos, colegas e companheiros de caminhada...
E aos que me invejam ou me desejam mal, obrigado também, por me mostrarem que sempre posso ser maior que a mediocridade humana...
Feliz Natal e um próspero ano novo a todos!
Que o espelho das almas faça verter as dádivas dos bons anjos aos que são bons. E que a Balança do grande senhor ajuste o pólos equidistantes... Amor Paz hoje e sempre...

Cleber Otávio

domingo, 4 de novembro de 2012

Pudera...



O mundo dos sonhos invade a realidade e entorpece os seus sentidos...
Pudera que os seus devaneios fossem apenas viajens psicodélicas e puberis...
Pudera...
Almas que se encontram em sonhos e de repente seus corpos se chocam na realidade...
um universo paralelo se abre... os corpos se atraem numa fusão de medo e tesão enquanto
Leões ferozes são libertados pelo inconsciente incendeiam seus corpos e aceleram seus corações.
Pudera...
Que este momento não tivesse fim, que todos os dias fossem assim...
Ele queria acordar todos os dias com o calor daquele corpo enroscado ao seu,
como se a terra vivesse sua última manhã...
Amores antigos, amores novos que vão e vem como o mar da grande senhora...
Pudera
Que ele fosse senhor do seu destino
Pudera...
Que seu despreendimento terno e insano da realidade não tornasse seus amores tão inalcansáveis e funestos...
Um triste pesar que se dilui em sonhos dantescos...
Exilado dos jardins do amor ele adormece para acordar em seu mundo...
Lá as harpas tocam as mais lindas canções, todas as formas de amar são bonitas
todos os rostos são gentis e mesmo que não procurasse, estaria condenado a felicidade...
Segredos desvelados por de trás de um arco-íris... e um infinito pulsante nos olhos de seu menino...
Seu tempo acaba e então ele é arrancado do seu paraíso particular...
Acorda para a dolorosa realidade que como as Moiras, lhe chama...
Pudera...
Que este sonho não tivesse fim, que todos os dias fossem assim...
Pudera...

Cléber Otávio

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sonhos Intermináveis

Uma escuridão imensa se impõe em seu caminho...
O desprezo pelos instintos naturais afastam o calor de sua alma...
pobre menino...
Seu afastamento deu lugar a outras forças...

Pele macia e um coração ávido por novos horizontes.
Lábios que levemente versam doces palavras com uma presença leve que inebria os sentidos e transforma um olhar de guerra num vasto campo florido...
Um abraço que afaga a alma, tocando o intocável,
traz a certeza que o amanhã será melhor e que a cada amanhecer ha uma força maior que equilibra os pólos equidistantes...

Já não existe inferno dentro de mim, e um mundo novo se abre...
A matriz sempre me chama a uma realidade muito mais ampla que posso conceber...
Volta a calma da eterna terra do nunca que em mim habita
e a temperança que renasce em meu ser age como uma espada que extermina velhos fantasmas
abrindo um novo mundo para o meu espírito passear em sonhos lindos e intermináveis...

Cléber Otávio

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Intocável

Que a vida nunca se perca na solidão nefasta do corpo...
A é Carne fraca, mas carrega o sopro invisível do universo... A alma.
Transformando as dores em poesia, cada momento vivido se faz funesto quando o momento seguinte começa...
E...
Que os dissabores jamais o façam perder a poesia que nele habita. Que é muito mais do que palavras, pois traduz não um mero sentir, mas um momento que intocável se fez ao ser escrito...

Cléber Otavio

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Saudade Bonita

Simplesmente pego a caneta e deixo minha alma transcrever o que sinto...
Emoções...
Sentimentos á flor da pele e os resquícios de tua presença em meu ser.
As dúvidas ansiam por novas direções, o corpo treme por uma insana abstinência...
Tua falta...
Mas...

Uma brisa suave acaricia meu rosto, as folhas secas caem enquanto os pássaros cantam alegremente...
Os altos prédios e o movimento dos automóveis somem por alguns instantes
e aquele banco situado num pequeno cantinho verde torna-se o centro do meu mundo...
Nele, as máscaras caem num imenso rio de lágrimas...

Minha consciência se expande e não me permito mais ser escravo...
Emoções...
Quero apenas partir novamente em busca de mim, quero a acides da distância e ter em meu peito apenas uma saudade bonita...

Cléber Otávio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Longe...

Longe...
minha alma perde-se da poesia, meus pensamentos voam com os passáros na busca de calor novamente...
Sua presença me faz perder os sentidos, me faz flutuar sobre o nada. Te vejo preso em uma teia de pensamentos e valores que não são teus, te sinto a sofrer por contrariar-se todos os dias e nem se dar conta que queres ser o que não és... queres viver uma vida que não é tua... Queres viver uma verdade que não existe em lugar nenhum, se não dentro de ti.
Ainda sinto tua presença em mim, e isso me faz ter a certeza que o que é verdadeiro não se desfaz. Me faz ter a certeza que o tempo é senhor da vida, dos sentimentos, das almas, é o mensageiro lento do universo que sempre tem o passo certo, é o que inexorávelmente passa e mesmo que eu queira muda-lo, nunca consigo...
Meu espírito transborda e verte sangue pelo olhos de meu corpo que queima de imenso desejo.
"Abre um mundo quando falas, nos teus olhos vive um Deus
se caminhas incendeia o mar ... incendeia o mar ..."
Longe...
não vislumbro mais o futuro, pois os dias me surpreendem cada vez mais.
Longe...
Longe de ti vou vivendo como um peregrino morimbundo que busca os segredos de um amanhecer distante.
Longe...
O menino que mora em mim se despede da terra do nunca, numa dor indescritível. Com a sua partida, fica sua essência, e então ele não resiste e morre nos teus braços...
Mas foi resgatodo pelo senhor das almas, já não podendo mais governar essa mente, tão pouco este coração, mas ser um lindo pagem que indica bons caminhos.
Sempre inocentemente, sempre instintivo e puro como os loucos...
É quem me entende e me afaga o coração quando estás...
Longe...
E assim sigo solitário, na paz quase insana de um guerreiro iniciado, sonhando, e vivendo a cada dia na esperança que deixes de estar tão... longe...

Cléber Otávio

sábado, 4 de agosto de 2012

Trevas da incerteza

Rodando caminhos de dor nas faixas contínuas de uma solidão nefasta...
ele foge das falsas imagens grotescas de um coração partido se perdendo na poesia triste dos desencantos doentios que assolam sua alma...
Lá no fundo uma luz encandeia sua aura confusa...
O vazio toma conta do seu ser, que tateia quase inerte na intensa escuridão do medo...
Corpos quentes não preenchem o vazio, nem sua carência...
Então Pan e Afordite Lhe guiam sobre as trevas da incerteza e a luz dos Deuses indicam a saída do seu inferno particular...

Cléber Otávio

sábado, 28 de julho de 2012

Vislumbro

Vislumbro sua partida
e neste dia, todos os anjos se calarão...
Florestas encantadas de dores formarão um grande tapete de folhas secas
e num lindo outono dourado os pássaros cantarão tristes com saudades da primavera...
Os amores reais, não aprisionam, mas libertam!
Ao compreender isso as asas dessa liberdade inconstante
me farão voar junto das aves em busca do calor que me roubaste.
Vislumbro sua partida e não consigo encontrar nada que possa mensurar tal dor...
Contigo levas um pedaço de mim e como cristal meu coração se estilhaça sem que eu nada possa fazer...
Mas já me perdoei dos erros que não poderei reparar, já te perdoei.
Já perdoei a vida por te levar de mim...
É inverno e os antepassados dançam com os humanos em volta da fogueira e os deuses apenas observam a fragilidade do que pensamos que é ter fé.
Então apenas sigo seguro com a solidão feliz de saber que vivi o que havia de melhor em mim, sigo com a tranquilidade de que minhas lágrimas de saudade não trarão nada do passado de volta...
Já não vislumbro o mundo pelos teus olhos,
e com a suavidade dos ventos que tocam minha face quando vôo na busca de calor,
do alto das nuvens que me acariciam, apenas vislumbro sua partida...
apenas vislumbro...

Cléber Otávio

terça-feira, 17 de julho de 2012

Escultura de Palavras




Pintura de Brenda Burke


Na terra das palavras abandonadas
Dos sonhos invisíveis
E da terra suja e molhada
Ouço um grito longínquo
Que me diz ser uma parte de mim!

Respondo com a minha ingenuidade
Mostro-lhe as minhas pétalas
E ergo-me sua escrava
Orgulhosa da minha condição!

Tento tocar-lhe
Mas ele diminui o seu volume
Foge pelo imaginário
E distancia-se da minha realidade!

Choro
Dou o meu próprio grito
Ouço-me novamente
E percebo que eu própria sou vários
Que nunca me deixarão sozinha!

Poema de Teresa Poças

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Laranja Móvel

Num cantinho do mundo situado entre as nuvens e o verde gramado a beira rio eles se perdiam em devaneios licérgicos e eletrônicos...
Pensamentos se encontram e voam com o vento em direção a um mundo paralelo no qual só eles entendem.
A solidão tentou assolar sua alma novamente, mas com o reencontro a lucidez de uma eterna temperança tomou conta da laranja móvel que ao seguir os encantos da Lua cheia pousou em Alvorada...

Cléber Otávio
Jonas Malasiuk e
Junio Monteiro

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Amar

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Mario Quintana

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Meninos


Entre tantas comuns, nasce uma fruta estranha...
Um dia o horizonte marítimo pareceu não ter fim, mas uma providência transoceânica lhe fez desbravar os 7 mares.
Perdido no mundo adulto seu ser sempre se conecta com a sua matriz.
A terra do nunca sempre lhe chama...
Lá todos os olhos tem a imensidão do mar...
Todos os corações são valentes...
Toda maldade se dilui com a temperança
e todas as formas de amor acontecem naturalmente...
Por trás dos olhos negros daquele menino ele encontrou os restos quase mortos de sua matriz...
O grande espírito sempre sabe o que faz...
Não importa o tempo e a distância, dois espíritos sempre podem se reconhecer...
Com a rapidez que a luz se propaga na escuridão ele viu um fogo tímido crescer naquele rosto, naqueles olhos...
Um longo abraço no qual um sentir indescritível acontece, como se estivessem em outro lugar e tudo que houvesse em volta deixasse de existir. Ao voltarem do abraço, a realidade lhes cerca outra vez, mas a chama ficou acesa... incendiando e entopecendo-lhes os sentidos...
O tempo passa e inevitavelmente... As mãos se encontram, os lábios se encontram, numa egrégora incendiária de uma paixão inebriante que lhe assaltam os sentidos,
e... Naquele pequeno pedaço de chão renasce a terra do nunca com toda a sua força, desabrochando como as flores na primavera por detrás dos olhos deles...
Na despedida, apenas um dizer: - Até o infinito... E ao adormecer em sonhos as duas almas novamente se encontram...
E assim passou o tempo...
A maldade nos olhos de uma mãe possessiva, fez seu menino desistir dos sonhos...
Paralisado pelo medo, pela culpa, julgava não ser merecedor de vivenciar sentimentos tão eternos...
O infinito já não mora no fundo dos seus olhos e as flores do amor, murcharam, murcharam, murcharam até encontrar a noite escura de sua morte...

Cléber Otávio


"... Quem não está vivo não pode morrer..."

Projota - (Meninos)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Brincar de ser menino


Entre Bocas e batidas eletrônicas me fiz distante...
As matas movimentam-se com o vai e vem dos amantes, a poesia entranha a terra com gotas de sêmen...
Entre os sonhos e o infinito minha alma se depara com a tua...
Um Grito distante ecoa no vale das sombras, soltando monstros em forma de doença, medo e desespero...
Mas é necessário apenas um passo para não estar mais no mesmo lugar...
O medo sempre se dissipa na terra do nunca e a mesma poesia que traz vida à terra ludicamente me faz desapegar de tudo e por alguns instantes apenas brincar de ser menino...
Desbravando os vales cobertos de flores ao qual corremos nus;
Entrelaçados em meio à pétalas e desejos os Elfos brincam de roda a nossa volta enquanto a Lua se deita...
e no leste de nossas paixões o Sol se levanta dissipando as sombras e o medo...
despertando a luz do absoluto no fundo de nossas almas...

Cléber Otávio

terça-feira, 26 de junho de 2012

Singelo Luar

Mesmo que eu quisesse, não poderia apagar-te de mim...
Não são apenas os meus lábios nos teus
mas meu nome que está tatuado em tua alma...
Não é apenas o fogo em nosso ventre,
Mas um laço cármico forjado em nosso darma...
o amor é bem maior que a mediocridade,
é maior que os preconceitos que herdamos de nossa educação infame,
é maior até que a minha vontade de fugir
é algo que vai muito além das estrelas...
Um sentimento que Transcende a própria vida e a morte.
mas... se no clarão de um singelo luar alguém tocar teu corpo como eu...
Não diga nada...
Pois ainda assim o amor continuará sendo maior...


Cléber Otávio

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Folhas Amassadas

"...Um dia um sábio sentou com o seu discípulo e lhe pediu para pegar uma folha em branco. Logo depois pediu para que ele riscasse ou escrevesse o que quisesse nela, depois pediu para que ele amassasse a folha e por fim lhe fizesse vários furos...
O rapaz sem entender perguntou porque.
E o sábio lhe disse: - agora tente deixar a folha como estava...
O menino Sorriu e lhe disse - é impossível mestre!
e o sábio sorriu e lhe disse: - A vida , as relações são folhas que recebemos em branco do Grande Espírito depois de escrito, furado ou amassado nunca mais volta a ser como antes..."
(Autor Desconhecido)

Eu tenho algumas dessas folhas, algumas que tem danos irreparáveis mesmo. Mas o perdão é o melhor remédio para evitar um câncer espiritual...
Mas mesmo perdoando quando olho para aquela folha, Vejo coisas maravilhosas, momentos de muita ternura e poesia escritas numa folha que agora está toda furada e amassada. Não é possível trocar as folhas da nossa vida. O perdão e o tempo deixam as mágoas para trás, mas sempre que vou escrever novas poesias e tenho que ajeitar o papel amassado para poder transpor minha alma nele, me lembro que não quero ser magoado ou rejeitado injustamente de novo... Minha alma se cala e apenas a mente fala... Tudo isso me faz crer que o amor existe, mas são raras as pessoas que conseguem vive-lo plenamente. O lúdico imaginário humano faz as pessoas crerem que vivem tal sentimento, que geralmente tem outros nomes, como carência, insanidade, obsessão, paixão, auto - projeção, etc...
É claro que vou sempre me permitir amar e não vou me intimidar com a mesquinharia de alguns que passam por mim. Vou vivendo como se não houvesse amanhã, como um louco que insanamente sempre ouve a voz do coração, pois ele sempre me indica bons caminhos, sempre me da a certeza de que não julgarei o outro, e por fim me traz sempre a certeza que estou no caminho certo... Pois o amor é sempre maior que o medo, é sempre mais sensato que a razão e é sempre mais ligado a vida do que a morte...
Que os deuses me concedam o dom do amor e por tudo e por nada que meu coração seja tão funesto e assertivo quanto o infinito...

Cléber Otávio

sábado, 2 de junho de 2012

Renascer

Quando fecho os meus olhos, me deparo com o fundo de minha alma...
Tatuado em meu ser, vejo seu rosto que me remete a uma passado distante de um eu que não quero mais ver ou sentir...
Carrego no fundo de minha alma os vestígios das trevas que por muito tempo assombraram meu ser.
Trouxeram-me chagas que por muito tempo, pareciam não ter cura...
Quero esquecer o seu rosto, tanto quanto essas trevas que me mataram pouco a pouco até encontrar a liberdade nas cinzas de um constante renascer...

Cléber Otávio

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Repetições negativas...

“Nós já vimos o quanto as repetições negativas ocorrem devido ao bloqueio da sua espontaneidade e devido aos traumas de humilhação, abandono e exclusão. Em algum momento, você terá que integrar isso. A integração se dá, quando você pode aceitar o que aconteceu e abrir o coração, ou seja, quando você pode agradecer de fato. Mas, essa libertação somente será iluminada quando você compreender o que aconteceu - não é negando a sua história que você vai se libertar dela. Você se liberta do passado, aceitando-o; e você aceita o passado, quando tem disposição para olhar para ele de frente. Até porque, enquanto você não fizer isso, o passado continuará bastante presente através das repetições negativas e da frustração que elas trazem.”

Sri Prem Baba

Memória

Como um dia disse um poeta, "a alma guarda o que a mente tem de esquecer..."
mas fechei as cortinas do passado para esquecer os rostos que um dia me rasgaram o plexo e o coração.
Que bom seria poder deletar tais faces da memória deste peito despedaçado,
e por fim como um simples PC, poder desfragmenta-lo...

Cléber Otavio

Cortinas do Tempo

As cortinas do tempo irão se abrir para a nossa felicidade
os muitos caminhos que a mãe terra nos oferece nos unirão...
Minha alma passeia à noite a procura da tua,
quando encontra-la vou invadir os teus sonhos,
seremos envolvidos numa intensa energia
e acordarás com a suave sensação de ter passeado no infinito...

Cléber Otavio

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Paisagem

Pela Janela ve-se os vales e montanhas distantes que por alguns instantes parecem intocáveis...
Pela Janela ve-se passar os casais que passeiam contentes,
A névoa se discipa na grandeza onipotente do Pai Sol, Enfim...
O ônibus desbrava as estradas de uma poética solidão e as sombras de minha mente se esvaem na paisagem...
pela janela o futuro se faz presente, silenciando as dores de minha alma inquieta.
acarinhando a busca insana dos amores perdidos que nunca irão chegar...

Cléber Otávio

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Coragem

A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e jan...elas, eles se escondem.

O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta.
O coração nunca calcula nada.

O Amor não deveria ser exigente,
senão, ele perde as asas e não pode voar;
torna-se enraizado na terra e fica muito mundano.
Então ele é sensualidade e traz grande infelicidade e sofrimento.
O amor não deveria ser condicional, nada se deveria esperar dele.
ele deveria estar presente, por estar presente, e não por alguma recompensa, e não por algum resultado.
Se houver algum motivo nele, novamente seu amor não poderá se tornar o céu. Ele está confinado ao motivo;o motivo se torna sua definição, sua froteira.
Um amor não motivado não tem fronteiras:
É a fragância do coração.
OSHO

De: O Bosque de Berkana

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Longínguo Amanhecer

Um vazio de sonhos assola sua alma,
a poesia sumiu de seus olhos.
A frieza distante de sentimentos e calor humano transforma-se num lindo barco...
um barco sem remo e sem velas, inerte no vai e vem das águas escuras de suas emoções...
A jovem moça com a criança ao colo traz um fio de esperança,
uma nova vida que surge num longínguo amanhecer que parece nunca chegar...

Cléber Otávio

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Egrégora dos Instintos

Outrora meus desejos foram tantas vezes frustrados que os portos da solidão viraram minha morada...
Presenças que sempre trazem falsas esperanças
Corpos que se tornam vazios
até que um dia apareces...
pequeno e inocente no seu olhar e no seu jeito
Ainda sinto os teus lábios nos meus, teus cabelos roçando o meu rosto e tua pele que me incendeia por dentro...
Fazes o velho guerreiro voltar no tempo,
transformar-se em menino e brincar na inebriante egrégora dos seus instintos e desejos mais secretos...
Cléber Otávio

quinta-feira, 22 de março de 2012

Lágrimas de Sangue


Mais uma vez ele caminha solitário com sua dor
todos os sorrisos do mundo não lhe farão sorrir de novo...
A Lembrança da criança que um dia lhe abraçou se perde na névoa espessa de uma noite escura, assim como seu terno sentimento de pai...
Uma grande faixa preta anuncia o luto que decretou.
olhar e andar em frente, não olhar para trás
deletar quem lhe abriu tais feridas e ver seu sangue verter em lágrimas por seus olhos...
A indiferença é o que há de pior a se sentir ou fazer, é o caminho de outrém, é o caminho que ele escolheu também.
Um grande portal se abriu e lavou sua alma, as lágrimas de sangue tingiram de vermelho o rio estige e Cérbero deleitava-se, bebendo o seu sangue enquanto os portais do submundo se abrem e mandam os enviados de Hécate e Hades em seu socorro...
A Lua brilha seus versos de luz sobre ele, cristalizaram suas lágrimas que com os ventos cortaram suas dores... Mas em sua alma fica a tatuagem marcada a ferro e fogo de suas antigas paixões...

Cléber Otávio

quinta-feira, 15 de março de 2012

Despontar do Louco

A estrela vespertina brilhou ao anoitecer...
Trouxe consigo a esperança á floresta árida e escura das trevas do medo.
Novamente o Limbo, tantas voltas pelo mundo para simplesmente voltar ao início de sua busca... A solidão inata do recomeço.
Um horizonte ofuscado pelo brilho do Sol no qual não se vê o fim desta longa fase lunar...
O Início! O despontar do Louco que deve se jogar novamente num penhasco que ele não vislumbra o fundo...
Renascer para ser livre, mas sem a inocência ou irresponsabilidade de outrora, mas com coragem, determinação e confiança do mais nobre guerreiro iniciado...

Cléber Otávio

domingo, 4 de março de 2012

Amar/ Amor

Amar:

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Mário Quintana

Amor

Quando duas pessoas fazem amor
Não estão apenas fazendo amor
Estão dando corda ao relógio do mundo

Mário Quintana

Lembranças e devaneios...

Olho para trás e tudo parece ter passado como um sonho...
lembro da noite escura, de andarmos nus á noite na beira da praia...
lembro de enxergar o infinito nos teus olhos, de sentir os teus lábios nos meus enquanto minhas mãos passeavam no seu corpo...
Lembro do tapete de estrelas e da mãe Lua que tantas vezes testemunhou a expressão do instinto puro de dois meninos...
Lembro de saltitar pela estação de trem...
Lembro o dia que fomos os dois tomados por uma grande saudade e desejo no qual um simples abraço ganhou todas as cores de um lindo arco íris...
os tórridos beijos em frente ao shopping...enfim lembro do medo que te fez afastar, e nos trouxe um horizonte perdido...
O tapete de estrelas continua brilhando na praia de Mira, e os lugares que estivemos juntos tem apenas o vazio de uma saudade bonita...
Sua inocência se perdeu no nevoeiro espesso da ignorância. Uma puberdade funestamente saudosa que tem nos teus olhos negros a egrégora sagrada de um sonho que se perdeu de sua alma...

Cléber Otávio

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

" Para curar suas dores..."

Seu sonhos fugiram e a noite parece não ter fim...
Sua alma é assolada novamente pela escuridão e trevas da incerteza
Seu céu tem nuvens negras e não consegue ver o brilho do sol que nele habita...
O preço de não pensar em suas escolhas custou-lhe a vida...
seu chão se esvaiu, seu caminho se perdeu na poeira que por alguns instantes parece ter virado a lama que lhe faz patinar nos porões solitários de um amanhecer funesto.
O grande pássaro mirou na Lua e mergulhou na noite escura, desbravou a imensidão do mar em direção ao momento presente... A indignação e o nada!
Pois não há a quem culpar, não há ninguém pra dividir seu peso, não há lugar pra pousar suas forças ou concentrar suas ternas esperanças...
Não há nada para curar suas dores, nem preencher o seu vazio.
Só lhe restou procurar a temperança nos Deuses e ações diárias na busca de um novo amanhecer; e admirar todas as cores de um grande arco íris que anuncia um futuro melhor, que só o grande espírito pode trazer...

Cléber Otávio

sábado, 28 de janeiro de 2012

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Melancolia Funesta

A espera do inalcansável sua alma parece sempre buscar o horizonte distante...
Os ventos trazem novas pessoas, situações e oportunidades, mas seu olhar se lança por cima de tudo, fixo em uma miragem intocável...
Seu espírito vaga pela terra dos sonhos
e a realidade lhe traz uma enorme falta de sentido...
antes havia uma enorme distância, a saudade bonita e um apego que ecoava no infinito,
agora o que ele consegue tocar é apenas o avesso de uma fantasia...
O que antes era amor puro e instinto inocente deixou-se tomar pelas flores sombrias da ignorância e do preconceito...
O Viajante que vem de terras distantes pensava todos os dias naquele olhar tímido, naquele abraço sincero...
Desgraçada e hipócrita sociedade! transforma a beleza inata numa personalidade alienada e disforme...
...Na verdade a paternidade assim como outras relações se transformam de acordo com a mudança que as pessoas sofrem com o tempo...
uma luz distante traz calma ao seu coração e o menino que nele habita se perde na poesia melancólica e funesta de suas paixões...

Cléber Otávio